Dez anos depois de encarnar o "diabo", Streep entrou no gabinete de Wintour
A actriz encarnou a famosa editora num dos filmes mais populares de 2006. Meryl Streep é a nova capa da Vogue americana.
Mais de dez anos passaram desde que Meryl Streep dividiu o ecrã com Anne Hathway, em O Diabo Veste Prada para interpretar a intimidante Miranda Priestly — uma personagem baseada na editora da revista Vogue, Anna Wintour, e escrita pela sua ex-secretária, Lauren Weisberger. A actriz é agora a capa da edição especial do 125.º aniversário da Vogue, nas bancas em Dezembro.
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Mais de dez anos passaram desde que Meryl Streep dividiu o ecrã com Anne Hathway, em O Diabo Veste Prada para interpretar a intimidante Miranda Priestly — uma personagem baseada na editora da revista Vogue, Anna Wintour, e escrita pela sua ex-secretária, Lauren Weisberger. A actriz é agora a capa da edição especial do 125.º aniversário da Vogue, nas bancas em Dezembro.
O encontro entre a actriz e a editora de moda está gravado em vídeo. As duas juntaram-se no gabinete de Wintour para falarem do mais recente filme de Streep, no qual esta interpreta a falecida Katharine Graham, que durante anos chefiou o Washington Post, inclusive durante o escândalo Watergate. A conversa passou também pelo tema do dia em Hollywood, Harvey Weinstein, a investigação de Mueller, as fake news e a cultura sexista.
Desta vez, Streep sentou-se no lugar de entrevistada, mas deixou na mesma o casaco à entrada — aludindo a uma das cenas mais memoráveis do filme, uma compilação de um minuto das várias vezes em que a versão fictícia da editora de moda atira, com algum desdém, o casaco e a mala para cima da mesa da secretária.
O vídeo começa, aliás, com a chegada de Meryl Street ao edifício da Condé Nast, de uma forma semelhante à sua primeira aparição no filme: à medida que vai passando do hall para o elevador, vemos que lá em cima, no escritório, há quem se prepare para a sua chegada, desligando a televisão e arrumando as revistas, por exemplo. Será que a actriz também intimida a equipa editorial da Vogue?
As duas quase tocaram no tema do filme, mas a editora desviou a conversa, entre risos. "Obviamente desempenhou o papel de várias mulheres desafiantes. Qual foi a mais desafiante?", perguntou. Meryl começou a responder, com um sorriso comprometedor — "oh devo dizer..." —, antes de a editora lhe cortar a palavra. "Não, não vamos entrar por, aí Meryl!"
E o que é que a actriz aborda, à mesa de jantar com as filhas, questionou Anna Wintour. "Harvey Weinstein!", soltou Meryl Streep, sem hesitação. "É só disso que falamos. É horrível."
A actriz considera que se vive um momento "absolutamente empolgante". "É uma porta que não vai ser fechada. Pusemos um pé lá dentro e vai ser difícil agora as pessoas conduzirem as suas vidas como antes", comenta. "Oh, é só conversa de balneário, oh, é como os homens são — não é nada, somos pessoas civilizadas e aprendemos com os nossos erros."
De acordo com Wintour e Streep é inevitável traçar uma ligação entre a história de Katharine Graham e de Watergate com a actual investigação do procurador especial Robert Mueller às ligações entre a campanha de Trump e a Rússia. "A forma como [o filme] se relaciona com o presente é algo entusiasmante", conclui a actriz.