Twitter proibido na China? Não para Trump
Muitos se questionam como o Presidente americano contornou as restrições de Internet na China.
O Presidente norte-americano Donald Trump referiu a sua passagem pela Grande Muralha da China num tweet tardio em Pequim, enquanto agradeceu aos seus anfitrões a visita à Cidade Proibida e o jantar privado no complexo do palácio.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O Presidente norte-americano Donald Trump referiu a sua passagem pela Grande Muralha da China num tweet tardio em Pequim, enquanto agradeceu aos seus anfitrões a visita à Cidade Proibida e o jantar privado no complexo do palácio.
Muitas das redes sociais ocidentais como o Twitter e o Facebook estão banidas na China. Um sistema sofisticado foi criado para impedir os cibernautas chineses de terem acesso a estes conteúdos bloqueados. Mas isso não foi um problema para Trump, conhecido por tweetar para os seus 42,3 milhões de seguidores a qualquer hora do dia.
Trump chegou mesmo a trocar o banner da sua conta, colocando uma fotografia sua, com Melania e o Presidente chinês, Xi Jinping e a mulher, Peng Liyuan, enquanto assistiam a uma ópera chinesa na Cidade Proibida. A fotografia não passou despercebida aos media chineses, sobretudo à televisão estatal CCTV que divulgou o conteúdo esta quinta-feira.
A visita de Trump foi também o terceiro tópico mais falado na rede social chinesa Weibo nas últimas 24 horas, apesar de muitas pessoas se questionarem como Trump contornou as restrições apertadas da Internet do país.
Muitos estrageiros ligam-se a VPN's (redes virtuais privadas) para aceder a conteúdo proveniente do exterior. Outra opção é aceder a um serviço de roaming de dados ainda no país de origem.
"O Presidente irá tweetar o que quiser. É a sua forma de comunicar com o povo americano directamente. Porque não?", disse um funcionário da Casa Branca, antes da viagem.
Quando questionado se a China deveria considerar o uso do Twitter por parte de Trump como algo que viola lei chinesa, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, disse haver diferentes formas de comunicar com o "mundo exterior".
"Na China as pessoas têm vários canais para comunicar, apenas comunicam de formas diferentes", disse Chunying. "Por exemplo, algumas pessoas usam o WeChat, outras a Weibo. Algumas pessoas usam telefones da Apple, outras da Huawei".
Trump tweetou de novo nesta quinta-feira, partilhando um vídeo da ABC News da "incrível" parada de boas-vindas no Grande Salão do Povo em Pequim, onde foi recebido por uma banda militar e crianças acenando com bandeiras. Trump adicionou ainda um link para uma fotografia da sua visita a Pequim no Instagram, plataforma também proibida na China.
Porém, nem todos os tweets de Trump durante a estadia foram alegres. "A Coreia do Norte tem considerado a contenção americana como fraqueza", disse referindo-se às ameaças nucleares. "Esse será um erro de cálculo fatal. Não nos subestimem. E não nos ponham à prova".