Exército sírio declara vitória total sobre o Daesh

Albu Kamal, a última cidade ocupada pelo grupo jihadista no país, foi recuperada pelo exército de Bashar al-Assad.

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Exército sírio toma posse de Albu Kamal depois de Raqqa ter sido recuperada após quatro meses de combate Reuters/ERIK DE CASTRO

O exército da Síria declarou vitória sobre o Daesh esta quinta-feira, dizendo que a captura da última cidade ocupada pelos jihadistas no país marcou o colapso do seu reinado, que teve a duração de três anos na região.

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O exército da Síria declarou vitória sobre o Daesh esta quinta-feira, dizendo que a captura da última cidade ocupada pelos jihadistas no país marcou o colapso do seu reinado, que teve a duração de três anos na região.

O exército e os seus aliados continuam a combater o Daesh em áreas desertas perto de Albu Kamal, a última cidade que o grupo extremista manteve na Síria, perto da fronteira com o Iraque, segundo o exército.

A captura da cidade terminou com a era de domínio do Daesh no território que os próprios extremistas proclamaram como o califado em 2014, que abarcaria todo o Iraque e a Síria, onde foram reprimidos milhões de pessoas, que sofreram restrições severas.

Em vez de uma batalha até à morte como a que fizeram nas cidades e vilas do vale de Eufrates, junto à fronteira com a Síria e o Iraque, muitos jihadistas renderam-se ou fugiram. “Ainda há alguns combatentes, mas são poucos. Números pequenos é tudo o que eu posso dizer”, afirmou o comandante do exército da Síria. “Alguns foram mortos e outros fugiram. Eles foram em direcção às aldeias do Norte e do Leste.”

Em Albu Kamal, os jihadistas lutaram intensamente, disse o comandante na aliança militar pró-síria. No entanto, a cidade foi capturada no mesmo dia em que a operação militar começou. Segundo um comunicado do exército, isto significa “a queda do projecto da organização terrorista Daesh na região”.

O destino dos seus últimos comandantes continua desconhecido. Podem ter sido mortos em bombardeamentos ou em batalha, feitos prisioneiros sem serem identificados, ou escapado para esconderijos há muito preparados para armar uma nova rebelião.

A última vez que Abu Bakr al-Baghdadi foi visto, foi numa gravação de áudio em Setembro, quando se declarou califa e herdeiro dos líderes históricos do Islão da grande mesquita medieval de Mossul, no Iraque. "Oh soldados do Islão espalhados por toda a parte, aumentem golpe após golpe, e incluam os meios de comunicação dos infiéis, de onde eles travam as suas guerras intelectuais, entre os alvos", disse.

A cidade de Mossul foi recuperada pelas forças iraquianas em Julho, depois de uma batalha de nove meses. Em Outubro, após quatro meses de luta, a cidade de Raqqa caiu perante os avanços das Forças Democráticas da Síria (SDF na sigla inglesa), força apoiada pelos EUA e pelas milícias curdas e árabes.

Mas todas as forças que lutam contra o Daesh na Síria e no Iraque esperam uma nova fase de guerrilha, uma táctica que os militantes já se mostraram capazes de operar em ambos os países.

Os chefes de segurança ocidentais também disseram que a perda de território não significa o fim dos ataques dos "lobos solitários" com armas, facas ou camiões dirigidos contra civis, que os apoiantes do Daesh levam a cabo em todo o mundo.