O Facebook quer guardar as suas imagens íntimas para evitar que sejam partilhadas

Rede social testa nova ferramenta para bloquear tentativas de pornografia de vingança.

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O projecto-piloto australiano também abrange o Messenger e o Instagram Reuters/Thomas White

O Facebook está a testar na Austrália uma forma de prevenir a pornografia de vingança (ou revenge porn, na expressão inglesa) em colaboração com organismo governamental de cibersegurança daquele país, avança a televisão ABC.

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O Facebook está a testar na Austrália uma forma de prevenir a pornografia de vingança (ou revenge porn, na expressão inglesa) em colaboração com organismo governamental de cibersegurança daquele país, avança a televisão ABC.

Os cibernautas que tenham partilhado imagens íntimas ou de carácter sexual com actuais ou antigos parceiros, e que temam que estas sejam divulgadas sem o seu consentimento, podem impedir a sua publicação ou envio para terceiros através de um mecanismo que, à partida, vai exigir um elevado grau de confiança no Facebook.

Vai ser necessário carregar essas mesmas imagens íntimas para plataforma Messenger. De seguida, cada imagem é transformada numa impressão digital única, que permitirá bloquear qualquer tentativa de fazer um novo upload do mesmo conteúdo por parte de outra pessoa. 

O Facebook explica que a imagem original só vai ser guardada por um curto período de tempo até ser transformada na referida impressão digital. Uma vez concluído o processo, a imagem original é apagada.

O projecto-piloto australiano abrange não só o Facebook e o Messenger, com também o Instagram. Segundo indicou a empresa à ABC, há mais três países onde esta experiência está em marcha, mas o Facebook não revela quais.

O Facebook já tinha implementado uma ferramenta similar em Abril, mas menos preventiva, que consistia num sistema de photo-matching para evitar a divulgação de imagens já reportadas e eliminadas, e que permitia ainda banir os utilizadores infractores.

O fenómeno da pornografia de vingança, que consiste na partilha não autorizada de conteúdos íntimos, afectou 4% dos inquiridos num estudo realizado pelo Data & Society Research Institute em 2016 nos Estados Unidos. O valor sobe para os 10% entre mulheres com menos de 30 anos.

Para além de ser crime num crescente número de países, a partilha não autorizada de imagens íntimas tem graves efeitos nas vítimas, a nível pessoal, familiar e profissional. Em 2016, e a título de exemplo, uma mulher de 31 suicidou-se em Itália depois de um vídeo íntimo ter sido partilhado sem o seu consentimento, tornado-se viral.

Texto editado por Pedro Guerreiro