Blocos operatórios parados e centros de saúde a funcionar a 20%
Sindicatos afirmam que adesão está a ser superior à da última paralisação nacional em Maio.
A adesão à greve dos médicos, marcada para esta quarta-feira, "está a ser maior do que a da última" paralisação nacional, feita em Maio. Segundo Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), um dos dois sindicatos que decretaram a greve, em termos gerais nos hospitais entre 90% e 100% dos blocos operatórios estão parados e os centros de saúde estão a funcionar a cerca de 20%.
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A adesão à greve dos médicos, marcada para esta quarta-feira, "está a ser maior do que a da última" paralisação nacional, feita em Maio. Segundo Jorge Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), um dos dois sindicatos que decretaram a greve, em termos gerais nos hospitais entre 90% e 100% dos blocos operatórios estão parados e os centros de saúde estão a funcionar a cerca de 20%.
Jorge Roque da Cunha adiantou que "não há nenhum bloco operatório a funcionar no Hospital de S. José, o mesmo no Hospital Pedro Hispano e no S. João, onde só se realizou uma cirurgia oncológica".
"No Curry Cabral está um bloco a funcionar para transplantes e em Coimbra estão dois de 20 blocos", acrescentou.
Num balanço geral, diz que nos hospitais a adesão "é de 90% a 100% nos blocos operatórios, de 85% a 90% nas consultas e nos centros de saúde é de cerca de 80%". "Existem vários agrupamentos de centros de saúde (ACES), como o Norte Litoral, que têm uma adesão de 100%."
A greve foi decretada pelo dois sindicatos médicos — SIM e Federação Nacional dos Médicos (Fnam) —, que reclamam a redução do número de horas de urgência a fazer semanalmente de 18 para 12 e a diminuição do número de utentes por médico de família de cerca de 1900 para 1550. Em relação à primeira reivindicação, Jorge Roque da Cunha diz que o ministério não chegou a fazer uma proposta. Já para a redução da lista de utentes por médico de família a proposta foi de uma diminuição de 50 pessoas por lista.
"O que pedimos é uma redução faseada para os valores que estavam antes da troika. Passar de 18 para 12 horas de urgência semanais permite fazer mais consultas e cirurgias programadas. O que poderá ter de custos directos é o pagamento de horas extraordinárias. No caso dos médicos de família, 50 utentes a menos é muito pouco. Tem de ser plurianual e não uma medida isolada", explica o secretário-geral do SIM.
"Há um grande descontentamento. Há dois meses que aguardamos uma contraproposta do Ministério da Saúde e ainda não recebemos nada. O que pode mudar a nossa atitude é o ministério apresentar medidas concretas que permitam melhorar o acesso dos doentes e diminuir as listas de espera. Não é por acaso que apesar da cosmética, as listas de espera aumentaram", reforça.
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, já veio dizer que acredita que até ao final do ano chegará a acordo com os sindicatos médicos.
A greve desta quarta-feira termina um ciclo de três paralisações, duas das quais regionais. A greve de médicos que estava marcada para a zona centro foi desconvocada na sequência dos incêndios de 15 Outubro que mataram mais de 40 pessoas.