Joni Mitchell sempre
Adoro Joni Mitchell desde o primeiro ao mais recente disco, desde 1968 a 2007. Não é só a música (nunca é): a pessoa também me fascina.
Claro que é muito bom descobrir, de uma só vez, toda a obra de, sei lá, Billie Holiday.
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Claro que é muito bom descobrir, de uma só vez, toda a obra de, sei lá, Billie Holiday.
Mas nada há como acompanhar a carreira de uma artista que se conhece desde que saiu o primeiro álbum e que vai mudando e melhorando à medida que os anos e os lançamentos se sucedem.
É por isso que as pessoas novas ganham mais em seguir as carreiras de pessoas mais ou menos da mesma idade ou pouco mais velhas ou novas. Diria que a diferença ideal está entre os dez e os 15 anos. Não convém serem muito mais novos: não queremos morrer antes deles lançarem o último disco. Se eles forem dez ou 15 anos mais velhos é triste ver que eles morrem e nunca mais vão escrever ou gravar nada - mas pelo menos seguimos a obra deles enquanto foram vivos, desde jovens a velhos.
Adoro Joni Mitchell desde o primeiro ao mais recente disco, desde 1968 a 2007. Não é só a música (nunca é): a pessoa também me fascina. A inteligência, a honestidade, a coragem e a indiferença absoluta às opiniões das elites e das massas são uma combinação explosiva, divertida e desobediente.
Às vezes fica-se com a impressão que ninguém pode com ela. Dizem que é impossível. Talvez. Outra explicação é haver tão poucas pessoas à altura dela.
Gostei de ler a biografia dela, Reckless Daughter, escrita por David Yaffe. Ele claramente foi desiludido por ela, pelo menos duas vezes. A biografia é uma espécie de vingança relutante — e tem graça por isso.
Yaffe nasceu em 1973, depois de Blue (1971) e For The Roses (1972). Nota-se, infelizmente.