Aluna encontrou lagarta viva em refeição servida numa escola de Braga

Vídeo foi publicado nas redes sociais. Directora da Escola Básica André Soares aponta responsabilidades à empresa responsável pelo serviço da comida, a Uniself, contratada pelo Ministério da Educação.

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Publicação de aluno no Facebook está a ser amplamente partilhada e comentada DR

Uma aluna da Escola Básica André Soares, em Braga, publicou um vídeo nas redes sociais onde filma o que aparenta ser uma lagarta na refeição servida na cantina deste estabelecimento de ensino. Em esclarecimento à associação de pais, a directora da escola diz que a empresa responsável pelo serviço da comida, a Uniself, contratada pelo Ministério da Educação, “deve rever os seus procedimentos”.

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Uma aluna da Escola Básica André Soares, em Braga, publicou um vídeo nas redes sociais onde filma o que aparenta ser uma lagarta na refeição servida na cantina deste estabelecimento de ensino. Em esclarecimento à associação de pais, a directora da escola diz que a empresa responsável pelo serviço da comida, a Uniself, contratada pelo Ministério da Educação, “deve rever os seus procedimentos”.

“Só quero deixar aqui uma das coisas que se encontra na cantina da escola André Soares em Braga, só gostava que isto chegasse a imensas pessoas para verem o que 'nós' comemos na cantina da escola”, escreveu a aluna na publicação no Facebook, que está a ser amplamente partilhada e comentada.

Contactada pelo PÚBLICO, a escola informou que a directora não estava disponível para prestar declarações. No entanto, esta situação levou a um pedido de esclarecimentos da Associação de Pais e de Encarregados de Educação da Escola André Soares dirigido à directora Graça Moura.

A associação refere que este incidente terá ocorrido no dia 26 de Outubro, questionando se a escola “teve conhecimento desta lamentável situação”; “qual a acção da escola perante este problema de higiene/qualidade das refeições servidas” e se “a empresa Uniself e entidades responsáveis foram alertadas”.

Graça Soares enviou uma resposta, publicada no Facebook da associação de pais, onde diz que “estas situações não podem acontecer”. A directora admite que a escola “tem responsabilidade no que diz respeito à garantia de cumprimento das regras de higiene e à denúncia de situações irregulares e que colocam em causa a saúde e bem-estar dos seus alunos”.

A responsável por aquele estabelecimento de ensino explica ainda os procedimentos de vigilância que são garantidos por professores e funcionários, relativamente ao comportamento nas filas de espera ou às práticas de higiene dos alunos à entrada da cantina.

“Periodicamente, o Programa de Salubridade Alimentar nas Cantinas Escolares, da ARS Norte, do SNS e do ACES Braga, inspeccionam as condições de funcionamento e emitem relatório assinado pelo Técnico de Saúde Ambiental”, esclarece ainda.

No entanto, em relação à “situação da alface mal lavada”, Graça Moura esclarece que este é o “reflexo da falta de funcionários que a empresa tem ao serviço do refeitório”, revelando que “foi feita a devida chamada de atenção, o cuidado que se deve ter com a higiene dos alimentos”. “A empresa responsável, Uniself, contratada pelo Ministério da Educação, deve rever os seus procedimentos no que respeita ao serviço de refeições. Principalmente, deve colocar ao serviço o número de funcionários contratualizado, o que não acontece a maior parte dos dias”, acrescenta a directora.

Na semana passada, mais de 60 cantinas de escolas da região Norte foram encerradas devido à greve dos trabalhadores da Uniself, que exigiam ao Ministério da Educação que fizesse a empresa cumprir o caderno de encargos. Em Outubro soube-se também que a Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares recebeu desde o início do ano lectivo 70 queixas relativas à má qualidade das refeições escolares e à falta de pessoal nas cantinas, segundo dados da tutela.