Bastonário dos médicos pede legislação mais apertada para evitar casos de Legionella

"Se calhar há controlo, mas não é suficiente o que está a ser feito", disse Miguel Guimarães.

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Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos Paulo Pimenta

Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, defendeu nesta terça-feira a existência de legislação mais apertada para que se evitem novos surtos de Legionella e um maior "controlo das medidas de prevenção e manutenção para que se tenha a certeza que estão a ser devidamente aplicadas".

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Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, defendeu nesta terça-feira a existência de legislação mais apertada para que se evitem novos surtos de Legionella e um maior "controlo das medidas de prevenção e manutenção para que se tenha a certeza que estão a ser devidamente aplicadas".

"É necessário que a legislação seja mais apertada, que obrigue a que as análises sejam feitas de forma mais controlada para evitar que estas situações aconteçam. Estas situações são extremamente raras", afirmou o bastonário dos médicos, Miguel Guimarães, à margem da apresentação do ranking dos hospitais Top 5 - hospitais de excelência.

O responsável defendeu ainda que "deve haver uma avaliação, um controlo para se perceber se as medidas preventivas e de manutenção estão a ser devidamente aplicadas".

"Se calhar há controlo, mas não é suficiente o que está a ser feito. Por isso hoje a dra. Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, falou da necessidade de se rever a legislação e fazer uma legislação que seja mais eficiente", acrescentou.

Miguel Guimarães lembrou ainda o desinvestimento dos últimos anos na Saúde, "nomeadamente na área da prevenção e manutenção", situação que afirmou ter consequências. "Não sei o que falhou. A ideia que temos é que o grande desinvestimento feito na Saúde pode ter consequências na manutenção de equipamentos, de forma global. Equipamentos que usamos no dia-a-dia mas também noutros que os hospitais são obrigados, por lei, a verificar regularmente. Não estou a dizer que isso tenha acontecido no Hospital São Francisco Xavier, só a avaliação completa o poderá dizer", salientou, referindo ainda que não há certezas se o hospital é o foco da infecção. 

Marta Temido, presidente da Administração Central do Sistema de Saúde, recusou a ideia de que a segurança tenha sido descurada. "Não será certamente por falta de dinheiro que os conselhos de administração, neste ou em qualquer outro momento, deixam de fazer o que têm de fazer em termos de segurança", disse.

"Não podemos deixar que a segurança seja posta em causa em qualquer contexto. Quero acreditar que isso está bem presente em qualquer conselho de administração. Não me parece que se possa fazer uma ligação entre a falta de investimento e qualquer tipo de problema. Penso que é um mau caminho que nos pode distrair das verdadeiras causas que ainda estão a ser apuradas", afirmou, à margem da mesma apresentação. 

Questionada sobre se os contratos programa a assinar com os hospitais, e que garantem o financiamento das unidades, podem vir a contemplar objectivos relacionados com a Legionella (como já existe para as infecções hospitalares), a responsável explicou que não é possível contemplar neste instrumento todas as questões, "mas não quer dizer que se for suscitado não possa acontecer".