Dois detidos por suspeita de tráfico humano em navios onde foram encontradas 26 nigerianas mortas
Corpos foram encontrados em duas embarcações com imigrantes que afundaram ao atravessar o Mediterrâneo. Há dois suspeitos acusados de tráfico humano mas autoridades investigam se tiveram ainda algum papel na morte daquelas mulheres, que terão também sido violadas.
Dois homens foram detidos em Itália no âmbito de uma investigação aberta depois de terem sido recuperados os corpos de 26 mulheres nigerianas – entre as quais raparigas com idades entre os 14 e 18 anos – que estavam em dois barcos que naufragaram ao cruzar o Mediterrâneo. Os suspeitos estão acusados de tráfico humano.
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Dois homens foram detidos em Itália no âmbito de uma investigação aberta depois de terem sido recuperados os corpos de 26 mulheres nigerianas – entre as quais raparigas com idades entre os 14 e 18 anos – que estavam em dois barcos que naufragaram ao cruzar o Mediterrâneo. Os suspeitos estão acusados de tráfico humano.
Segundo dá conta o Guardian, os corpos das mulheres foram levados para o porto italiano de Salerno por um navio espanhol no domingo, e as autoridades abriram uma investigação por suspeitarem que as mulheres tinham sido abusadas antes de serem mortas. Acredita-se que outras 53 pessoas continuam desaparecidas.
Os homens detidos são Al Mabrouc Wisam Harar, originário da Líbia, e Mohamed Ali Al Bouzid, do Egipto, estando neste momento acusados de terem organizado e traficado pelo menos 150 pessoas que estavam entre as 375 que ocupavam as duas embarcações que acabaram por se afundar. Ambos foram identificados como responsáveis daquela travessia pelos sobreviventes resgatados pelo navio espanhol.
As autoridades não conseguiram ligar estes dois suspeitos às mortes das mulheres. No entanto, as autópsias, que deverão estar concluídas na próxima semana, poderão dar outras respostas.
O presidente da câmara de Salerno, Salvatore Malfi, em declarações à imprensa italiana, disse duvidar que estas mulheres pudessem estar ser traficadas para comércio sexual. Isto porque, explicou, as rotas utilizadas para este tipo de comércio costumam ser diferentes. “As rotas para o tráfico de sexo são diferentes, com utilização de dinâmicas diferentes. Carregar as mulheres num barco é demasiado arriscado para os traficantes, pois correm o risco de perder todos os seus ‘bens’ – como eles gostam de as chamar – de uma só vez”.
O porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados em Itália, testemunhou a chegada dos corpos das mulheres e refere que 90% das imigrantes chegam a terra com sinais de violência. “É muito raro encontrar uma mulher que não tenha sido abusada”, disse.