Paddy Cosgrave quer um “sistema operativo” que aperte regulação aos gigantes tecnológicos

O presidente da Web Summit diz que empresas como o Google, o Facebook, a Apple ou a Amazon "parecerem cair numa definição clássica de monopólios".

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A Web Summit recebe 59 mil participantes em Lisboa Nuno Ferreira Santos

O co-fundador e presidente da Web Summit, Paddy Cosgrave, apelou a uma regulamentação mais apertada das grandes empresas tecnológicas, especialmente depois das notícias sobre a possibilidade da Rússia ter manipulado a última eleição presidencial dos EUA através de anúncios no Facebook. O empreendedor refere-se, além da multinacional liderada por Mark Zuckerberg, a gigantes como a Apple, o Google e a Amazon.

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O co-fundador e presidente da Web Summit, Paddy Cosgrave, apelou a uma regulamentação mais apertada das grandes empresas tecnológicas, especialmente depois das notícias sobre a possibilidade da Rússia ter manipulado a última eleição presidencial dos EUA através de anúncios no Facebook. O empreendedor refere-se, além da multinacional liderada por Mark Zuckerberg, a gigantes como a Apple, o Google e a Amazon.

“Nós tínhamos um sistema operativo que, em geral e com algumas modificações a cada década, funcionou nos últimos 200 anos", diz Cosgrave em entrevista à Reuters. "E, de repente, teríamos que ser ingénuos ou ter a cabeça enterrada na areia para não percebermos que a própria estrutura da nossa sociedade, seguramente a sociedade ocidental, parece que está a ser puxada e esticada de uma maneira estranha. Eu acho que precisamos... de um novo sistema operativo".

Numa altura em que o sector tecnológico está a ter um grande impacto nas sociedades, o CEO da Web Summit, realçou o facto de "em termos económicos estas empresas parecerem cair numa definição clássica de monopólios".

Paddy Cosgrave apoia as iniciativas nesse sentido que estão a ser desenvolvidas pela comissária europeia da Concorrência, que falará esta terça-feira na cimeira que decorre em Lisboa até dia 9. O empreendedor entende que as propostas de Margrethe Vestager contribuiriam, a partir de Bruxelas, para uma "mudança fundamental na forma como as grandes e lucrativas empresas da história do mundo são tratadas".

A Web Summit, que se realiza esta semana, contou em 2010 com 400 participantes, em Dublin. Esta semana esperam-se 59 mil participantes, depois de no ano passado o evento ter registado 53 mil visitantes. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, faz parte do programa e participará nesta cimeira em Lisboa.