Luís Delgado perto de fechar compra da Visão
Antigo jornalista vendeu a Time Out e tem praticamente fechada a compra da Visão e de outras revistas do grupo Impresa. Negócio deverá ser anunciado nas próximas horas.
O PÚBLICO apurou que o ex-jornalista Luís Delgado (e ex-presidente da Lusomundo, actual Global Media) está próximo de fechar contrato com a Impresa (a dona da SIC e do Expresso) para adquirir a revista Visão e outros activos. Na carteira podem estar, por exemplo, os títulos Exame, Exame Informática, Jornal de Letras e Activa.
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O PÚBLICO apurou que o ex-jornalista Luís Delgado (e ex-presidente da Lusomundo, actual Global Media) está próximo de fechar contrato com a Impresa (a dona da SIC e do Expresso) para adquirir a revista Visão e outros activos. Na carteira podem estar, por exemplo, os títulos Exame, Exame Informática, Jornal de Letras e Activa.
A venda a Luís Delgado das publicações do grupo criado por Francisco Balsemão esteve para ser carimbada em Outubro, não estando nessa altura definido se o pacote incluía a revista Caras, um franchising argentino.
Contactada pelo PÚBLICO, para confirmar as negociações exclusivas com Luís Delgado, fonte oficial do grupo Impresa respondeu: “A empresa não comenta processos negociais em curso.”
Mas tudo indica que o dossier está praticamente fechado, devendo ser anunciado nas próximas horas. E já se admite que a directora da Visão, Mafalda Anjos, ficará na equipa de Luís Delgado subindo a publisher e que Rui Tavares Guedes, o seu actual director adjunto, a substituirá no cargo de direcção.
Para além de ser conhecido como comentador de política da SIC Noticias, Luís Delgado foi ex-presidente executivo da Lusomundo Media. E era o principal proprietário da Time Out (a revista e a empresa que explorava o mercado da Ribeira, um espaço da Câmara Municipal de Lisboa). Um projecto que foi entretanto vendido, embora os valores da transacção nunca tenham sido revelados.
Foi no final de Agosto que o grupo da família Balsemão anunciou disponibilidade para reduzir o seu portefólio de imprensa, onde possui 13 títulos, com a indicação de que o semanário Expresso ficaria de fora do negócio. Na esfera do grupo Balsemão mantêm-se os canais de televisão emitidos debaixo da marca SIC.
Quando anunciou, no final de Agosto, a intenção de reduzir os activos editoriais, o grupo Balsemão explicou: “Tendo em conta o Plano Estratégico elaborado para o triénio 2017-2019, a Impresa procederá a um reposicionamento estratégico da sua actividade, que implicará uma redução da sua exposição ao sector das revistas e um enfoque primordialmente nas componentes do audiovisual e do digital.” Avançou que a “prioridade passa por continuar a melhorar a situação financeira do Grupo, assegurando a sua sustentabilidade económica, e logo a sua independência editorial.”
Os esclarecimentos sobre o reposicionamento estratégico da Impresa surgiram já depois de o grupo de comunicação social, agora chefiado por Francisco Pedro Pinto Balsemão, não ter conseguido fechar um empréstimo obrigacionista de 35 milhões de euros, que serviria para renovar dívida que vence em 2018.
A 27 de Julho, a Impresa divulgou as contas do primeiro semestre com um resultado líquido positivo de 86.603 euros, o que traduziu uma redução de 93% face ao período homólogo (e as receitas baixaram 5,1%, situando-se em 99,2 milhões de euros).