Prémio Goncourt atribuído a escritor Eric Vuillard

O livro L'Ordre du jour , publicado na Primavera passada pela editora Actes Sud.

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Eric Vuillard LUSA/IAN LANGSDON

O escritor francês Eric Vuillard venceu esta segunda-feira o Prémio Goncourt 2017, o mais importante prémio literário francófono, com o livro L'Ordre du jour, publicado na Primavera passada pela editora Actes Sud, anunciou o júri, presidido por Bernard Pivot.

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O escritor francês Eric Vuillard venceu esta segunda-feira o Prémio Goncourt 2017, o mais importante prémio literário francófono, com o livro L'Ordre du jour, publicado na Primavera passada pela editora Actes Sud, anunciou o júri, presidido por Bernard Pivot.

O prémio Renaudot foi atribuído, por sua vez, a Olivier Guez, por La disparition de Joseph Menguele, centrado na fuga para a América Latina do médico das SS, conhecido pelas suas experiências em prisioneiros de Auschwitz.

O Renaudot é um prémio entregue no mesmo dia e no mesmo restaurante parisiense — o Drouant — em que é entregue o Goncourt.

O romance L'Ordre du jour narra a chegada ao poder de Adolf Hitler e o apoio dos industriais alemães à maquinaria de guerra nazi. Eric Vuillard, de 49 anos, sucede no palmarés deste galardão à franco-marroquina Leïla Slimani, vencedora do prémio no ano passado com o romance Chanson douce, publicado em Portugal pela Alfaguara com o título Canção doce, um thriller sobre o assassinato de duas crianças pequenas, irmãs, pela sua ama.

O escritor francês não tem qualquer obra publicada em Portugal, mas um texto da sua autoria, intitulado Congo, foi incluído no ano passado no Voz alta - Festival de Leituras Encenadas, um série de leituras encenadas no Teatro Nacional Dona Maria II.

O Goncourt tem o prémio monetário simbólico de 10 euros, mas a academia reconhece que, mais do que esta discreta recompensa económica, é evidente que o livro premiado tem garantida "uma tiragem muito importante", que pode elevar os seus autores à lista dos mais vendidos.

Eric Vuillard arrecadou o prémio com um livro de apenas 160 páginas, que se impôs aos outros três finalistas: Alice Zeniter, por L'art de perdre, Yannick Haenel, por Tiens ferme ta couronne, e Véronique Olmi, por Bakhita.

O autor de outros livros como Tristesse de la terre e 14 juillet, nascido em Lyon, disse que com este relato quis contar como toda uma sociedade, na qual se incluem as elites, acaba por "derrapar" e cair na corrupção.

Com este prémio, Vuillard junta-se a um pódio literário que distinguiu Marcel Proust (em 1919) por À l'ombre des jeunes filles en fleurs (À sombra das raparigas em flor), o segundo volume de Em busca do tempo perdido, Patrick Modiano (em 1978) — que viria a receber o Nobel de Literatura de 2014 — por Rue des Boutiques Obscures (Na rua das lojas escuras) ou a Marguerite Duras por L'amant (O Amante).