Ministro das Finanças saudita diz que detenções não afectam clima de investimento
Bolsa de Riade fechou em alta ligeira depois de ter estado em terreno negativo, no dia seguinte às numerosas detenções levadas a cabo.
O ministro das Finanças da Arábia Saudia, Mohammed Al-Jadaan, veio neste domingo defender, em declarações ao canal de televisão estatal Al Arabiya, citadas pela Reuters, que a vaga de detenções de altas figuras do país reforça a confiança na justiça e não altera o clima de investimento.
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O ministro das Finanças da Arábia Saudia, Mohammed Al-Jadaan, veio neste domingo defender, em declarações ao canal de televisão estatal Al Arabiya, citadas pela Reuters, que a vaga de detenções de altas figuras do país reforça a confiança na justiça e não altera o clima de investimento.
Para já, e numa reacção imediata ao anúncio da vaga de detenções após a formação de um comité de combate à corrupção – liderado por Mohammed bin Salman, recentemente nomeado príncipe herdeiro –, a bolsa de Riade acabou por fechar em alta ligeira, após ter estado em terreno negativo.
A bolsa, que se mantém aberta aos domingos (fecha à sexta e ao sábado) esteve a perder perto de 2%, mas encerrou a subir 0,32%, com os bancos a compensarem quedas como a do grupo Kingdom. Detido pelo príncipe Alwaleed bin Talal, um dos alvos das detenções, esta holding fechou a cair 7,6%. Alwaleed é um dos maiores investidores globais (e um dos homens mais ricos), com participações em diversos sectores e empresas, em que se incluem Citigroup, Apple, 21st Century Fox e Twitter.
Uma explicação para o comportamento da bolsa de Riade, diz a Reuters, é o facto de haver investidores a acharem que as detenções, ligadas ao tema do combate à corrupção, podem impulsionar as reformas no país a longo prazo, com o reforço da linha familiar pelo rei Salman e pelo seu filho.
Porém, a dimensão da operação levada a cabo – foram detidos 11 príncipes, quatro ministros e dezenas de ex-governantes, incluindo o ministro da Economia e o responsável pela Guarda Nacional – levanta igualmente dúvidas sobre a estabilidade do governo saudita, que tem enfrentado uma baixa do preço do petróleo e um aumento do défice público.