"Comigo, o PSD vai estar mais disponível para se entender com outros"

Pedro Santana Lopes surge como o herdeiro do passismo, mas é Rui Rio quem diz, em entrevista à Antena 1, que "quer ele, quer Passos não governariam "para o presente".

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Rui Rio deu entrevista à Antena 1 LUSA/PAULO NOVAIS

A disputa pela liderança do PSD é cada vez mais uma guerra entre dois homens que assentam as suas campanhas em mostrar as diferenças que os separam. Em entrevista à Antena 1, que será divulgada no sábado ao fim da manhã, Rui Rio faz os possíveis por aparecer mais uma vez como o rosto da estabilidade, da moderação e do compromisso. E sobre a aprovação de um Bloco Central feito na sequência de futuras eleições legislativas, responde: "Não necessariamente", mas essa solução "só faz sentido em situações excepcionais que não prevejo".

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A disputa pela liderança do PSD é cada vez mais uma guerra entre dois homens que assentam as suas campanhas em mostrar as diferenças que os separam. Em entrevista à Antena 1, que será divulgada no sábado ao fim da manhã, Rui Rio faz os possíveis por aparecer mais uma vez como o rosto da estabilidade, da moderação e do compromisso. E sobre a aprovação de um Bloco Central feito na sequência de futuras eleições legislativas, responde: "Não necessariamente", mas essa solução "só faz sentido em situações excepcionais que não prevejo".

O que Rio garante é que o PSD vai concorrer para ganhar. "Comigo a líder, o PSD não pode aparecer nas legislativas da mesma forma que apareceu nas autárquicas. Vai lutar pelo primeiro lugar. A forma como se consegue fazer um governo de Estado a seguir, logo se verá", acrescenta. 

Com esta resposta, Rio deixa a porta aberta a entendimentos pós-eleitorais, uma ideia que concretiza a seguir. "Aquilo que devemos fazer é procurar os melhores entendimentos para refomas estruturais que não serão feitas de outra forma. É o país que perde", defende, garantindo que, consigo, o PSD estará "mais disponível para falar com os outros" e menos disponível para tácticas pessoais. "Essas coisas, pá... que eu não gosto", desabafa.

A degradação da relação institucional entre o primeiro-ministro e o Presidente da República também merece um comentário de Rui Rio, mas para desvalorizar a questão. "Há sempre momentos em que há mais tensão e outros momentos em que não. É da vida. É do relacionamento humano", diz. O candidato a líder do PSD assume que não está preocupado com esse assunto. "A mim sinceramente não me preocupa. Acho que não é por aqui que o mandato não irá até ao fim", assume.

Rio também fala sobre incêndios. Por um lado, o ex-autarca do Porto deixa elogios ao sentido de Estado e ao bom senso de António Costa pelo facto de não se ter demitir na sequência das tragédias do último Verão, apesar de reconhecer que o Governo tem mais responsabilidades do que a oposição. "Lançava o país numa crise brutal", justifica. Por outro, Rio compreende o voto favorável do PSD à moção de censura apresentada pelo CDS porque havia a garantia, dada pela esquerda, de que a estabilidade do Governo não seria posta em causa. 

Também Pedro Santana Lopes foi entrevistado nesta quinta-feira à noite pela Correio da Manhã TV. Santana respondeu às críticas que o seu adversário lhe tem feito dos últimos tempos (que é instável, que desiste das coisas a meio, que não se preocupa com o rigor), acusando-o, de volta.

"Disse de Maria Luís Albuquerque o que Maomé não disse do toucinho", lembrou Santana sobre Rio, que nas jornadas do PSD assumiu fazer ainda pior do que a ex-ministra se estivesse no governo para garantir o cumprimento das metas do défice. Santana também recordou que Rui Rio saiu da direcção de Marcelo Rebelo de Sousa, na qual era secretário-geral,  antes do fim do mandato. E não esqueceu que Rio apoiou Rui Moreira, em 2013, contra o candidato escolhido pelo PSD: Luís Filipe Menezes.