H-alt, uma revista de BD que vai para além dos quadradinhos

A H-alt lança este domingo a sua 6.ª edição no Festival de Banda Desenhada da Amadora. Além das vinhetas, a revista gratuita aposta em entrevistas, biografias e artigos

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Capas das edições n.º 5 e 6 DR

As vinhetas e os quadradinhos não se esgotam na infância, nos clássicos americanos da Marvel ou nos franco-belgas Tintim ou Astérix e Obélix. Há um mercado português que a H-alt explora desde 2015 para mostrar banda desenhada (BD) de ficção que atravessa várias temáticas e vários autores. Este domingo, 5 de Novembro, é lançada a 6.ª edição da revista, em pleno 28.º Amadora BD - Festival Internacional de Banda de Desenhada.

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As vinhetas e os quadradinhos não se esgotam na infância, nos clássicos americanos da Marvel ou nos franco-belgas Tintim ou Astérix e Obélix. Há um mercado português que a H-alt explora desde 2015 para mostrar banda desenhada (BD) de ficção que atravessa várias temáticas e vários autores. Este domingo, 5 de Novembro, é lançada a 6.ª edição da revista, em pleno 28.º Amadora BD - Festival Internacional de Banda de Desenhada.

As histórias contadas andam sempre a volta da ficção especulativa — uma área muito extensa que pode ir da ficção científica, à fantasia, do terror até à utopia, por exemplo. E a peculiaridade da H-alt, que é totalmente gratuita, está no conteúdo. Além das tiras de BD, há espaço para entrevistas, biografias de autores ou outros artigos, numa revista que navega entre o digital e o papel: “Não pensava na revista como uma antologia pura, apenas com histórias”, explica Sérgio Santos, fundador da publicação.

A ideia surge no final de 2014, por influência de outras revistas que Sérgio Santos apanhou na Internet. “Havia a Zona [revista portuguesa de banda desenhada], mas estava há muito tempo parada e achei interessante lançar uma revista com vários autores, que além do formato em papel se complementasse com o digital”, refere.  

Uma rampa de lançamento

No primeiro ano, 2015, saiu a primeira edição. O ano passado a revista conseguiu lançar três números e agora apresenta a segunda revista de 2017. “A partir de agora, por norma, tentaremos fazer dois números por ano”, diz. No entanto, o próximo ano não seguirá este planeamento. O criador da H-alt quer “lançar um best of, com uma colectânea de várias histórias”, de forma a criar uma edição mais compacta.

O princípio da revista é o trabalho colectivo, funcionado como uma publicação colaborativa, que geralmente apresenta histórias curtas de autores emergentes, mas também de mais conceituados. “A H-alt também é uma montra para se mostrar trabalho e potencial”, garante, dando o exemplo de vários estudantes que apresentam as suas histórias na revista, podendo ter aqui uma rampa de lançamento. 

Apesar de o mercado português não ser grande, Sérgio Santos nota sinais positivos neste nicho. “Basta ver que as nossas editoras têm produzido mais números, temos tido mais traduções e há uma melhoria na criação de mais histórias”, explica, apesar de saber que “a banda desenhada já não é um meio de comunicação tão poderoso como foi há uns anos”.

A H-alt tem explorado outros mercados, incentivando a colaboração entre autores portugueses e brasileiros e marcando presença em espaços internacionais, como foi o caso da última Comic Con Brasil, onde estiveram disponíveis alguns exemplares da revista. Além disso, as Conversas H-alt têm explorado um outro lado da banda desenhada, o áudio, num podcast em que se fala de outras revistas e da própria arte de criar histórias ilustradas. A quinta edição da H-alt está ainda nomeada para os Prémios Nacionais de Banda Desenhada, na categoria de melhor fanzine.