Três republicanos querem afastamento de Mueller da investigação sobre a Rússia
Os congressistas pedem o afastamento do procurador especial responsável pela investigação à suspeita de ligação entre Trump e Moscovo, argumentando conflitos de interesse devido à aprovação de um negócio em 2010.
Três membros do Partido Republicano na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos vão dar entrada com um pedido para que Robert Muller, procurador especial nomeado para liderar a investigação à interferência da Rússia nas eleições norte-americanas, se afaste do processo. Em causa, argumentam, estão conflitos de interesse.
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Três membros do Partido Republicano na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos vão dar entrada com um pedido para que Robert Muller, procurador especial nomeado para liderar a investigação à interferência da Rússia nas eleições norte-americanas, se afaste do processo. Em causa, argumentam, estão conflitos de interesse.
Segundo o Washington Post, que obteve o documento que será entregue pelos republicanos, argumenta-se que Mueller, enquanto liderou o FBI durante a Administração Obama, aprovou um acordo que permitiu a uma empresa russa adquirir um grupo canadiano que tinha operações de urânio nos EUA.
Este negócio aconteceu em 2010 e foi regularmente utilizado por Donald Trump para acusar Hillary Clinton de corrupção e de conluio com um Estado estrangeiro. Como diz o Post, as acusações do agora Presidente mantiveram-se apesar da falta de provas de que a Secretária de Estado da Administração Obama tenha estado directamente envolvida na aprovação do acordo. Nos últimos dias foi noticiado que o procurador especial pretende incluir este negócio na investigação à ingerência russa nas eleições presidenciais do ano passado.
Este tipo de acordos é avaliado por um comité composto nove agências federais, sendo que uma delas é o FBI.
Desta forma, os três republicanos – Matt Gaetz, que escreveu o requerimento, Andy Biggs e Louis Gohmert – dizem que o acordo deve ser investigado por um procurador especial, que não seja Mueller. “Alguém que esteve envolvido num acordo não pode ser confiado de forma razoável a escrutinar esse acordo”, disse Gaetz em declarações ao Washington Post.
Além disso, Gaetz garante que não confia em Mueller devido à relação próxima deste com o director do FBI despedido por Trump, James B. Comey.
Apesar disso, e conseguindo até ao momento apenas duas assinaturas, Gaetz necessita de atrair um maior apoio ao seu pedido. O próprio já admitiu que nenhum democrata vai assinar o documento da sua autoria e que muitos congressistas republicanos que questionam o papel de Clinton no acordo de urânio com a empresa russa confiam, apesar de tudo, na independência de Mueller.
Esta semana realizaram-se as primeiras detenções relativamente à investigação de um possível conluio entre a campanha presidencial de Trump e Moscovo. Paul Manafort, antigo chefe de campanha do agora Presidente, e Rick Gates, ex-subdirector de campanha, foram chamados a prestar declarações à justiça. Na mesma altura ficou a saber-se que George Papadopoulos, conselheiro de Trump durante a campanha, foi igualmente detido, tendo sido acusado de mentir ao FBI acerca dos contactos que manteve com responsáveis russos.