Escritores pedem à China que liberte viúva do Nobel da Paz Liu Xiaobo
Uma carta aberta promovida pela PEN American e assinada por autores como Philip Roth, Margaret Atwood ou Paul Auster, pede ao presidente Xi Jinping que levante a prisão domiciliária imposta à poetisa e artista plástica Liu Xia.
Meia centena de escritores, incluindo Philip Roth, Margaret Atwood,Tom Stoppard ou o mais recente vencedor do prémio Booker, George Saunders, enviaram uma carta aberta ao presidente chinês, Xi Jinping, pedindo-lhe que levante a prisão domiciliária imposta a Liu Xia, viúva do prémio Nobel da Paz Liu Xiaobo, e a deixe “encontrar-se e falar livremente com familiares, amigos e representantes dos media”.
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Meia centena de escritores, incluindo Philip Roth, Margaret Atwood,Tom Stoppard ou o mais recente vencedor do prémio Booker, George Saunders, enviaram uma carta aberta ao presidente chinês, Xi Jinping, pedindo-lhe que levante a prisão domiciliária imposta a Liu Xia, viúva do prémio Nobel da Paz Liu Xiaobo, e a deixe “encontrar-se e falar livremente com familiares, amigos e representantes dos media”.
A carta, assinada por 53 autores e promovida pela PEN American, uma organização de promoção da literatura e defesa da liberdade de expressão, lembra que Liu Xia, uma “reconhecida poetisa, pintora e fotógrafa”, se encontra “sob prisão domiciliária desde 2010, embora nunca tenha sido acusada de nenhum crime”. Os subscritores, que incluem, além dos já referidos, o americano Paul Auster, a nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie ou o irlandês Colm Tóibin, argumentam que a “a única razão aparente para a longa detenção da artista chinesa é a sua ligação a Liu Xiaobo” e manifestam a sua preocupação pelas recentes notícias relativas ao estado de saúde de Liu Xia, que sofrerá de depressão e de problemas cardíacos.
Citando a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a própria Constituição chinesa, que tecnicamente assegura alguma liberdade de expressão, a carta exorta as autoridades chinesas a “retirarem todas as restrições” impostas a Liu Xia e faz votos de que Donald Trump, que visitará Pequim a 8 e 9 de Novembro, “exprima a preocupação dos Estados Unidos com a desumana e injustificável detenção de uma poetisa que não foi acusada de nenhum crime”.
A última aparição pública de Liu Xia foi a 15 de Julho, dois dias após a morte do marido, que morreu de um cancro no fígado no hospital onde se encontrava sob custódia. Num curto vídeo colocado no You Tube, que poderá ter sido compelida a gravar, dizia estar fora de Pequim a recuperar do desgosto e pedia a todos que lhe dessem tempo para fazer o luto. Liu Xiaobo recebeu o Nobel da Paz em 2010, quando cumpria uma pena de 11 anos de prisão por ter apelado à realização de eleições multipartidárias.