Em Novembro de 2017, ainda é cedo para falar em presidenciais

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Há pouco menos de dois anos, no rescaldo de umas eleições legislativas que abriram uma crise política sem precendentes e com Marcelo Rebelo de Sousa já candidato confirmado à presidenciais, o PS debatia a questão dos apoios na corrida a Belém. Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém disputavam, e dividiam, o espaço reservado aos socialistas, mas o partido teimava em manter-se em silêncio.

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Há pouco menos de dois anos, no rescaldo de umas eleições legislativas que abriram uma crise política sem precendentes e com Marcelo Rebelo de Sousa já candidato confirmado à presidenciais, o PS debatia a questão dos apoios na corrida a Belém. Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém disputavam, e dividiam, o espaço reservado aos socialistas, mas o partido teimava em manter-se em silêncio.

No mês de Janeiro de 2016, a 15 dias das eleições, António Costa foi à reunião da Comissão Nacional socialista dizer que era “dever dos militantes e simpatizantes” baterem-se por uma das duas candidaturas da área do PS, sem especificar.

Não admira, portanto que agora, em 2017, a três anos das eleições de 2012, o porta-voz do PS considere que é muito cedo para responder a perguntas sobre presidenciais. “Ainda estamos a uma longa distância. Não me parece que seja uma questão que se coloca em 2017”, diz João Galamba ao PÚBLICO.

Sem mostrar incómodo pelo rumo que a relação entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa levou na última semana, Galamba acrescenta: “O PS deve posicionar-se como sempre se posicionou. Fazer a sua parte e manter a enorme lealdade institucional como tem acontecido até agora”. Para sempre? “É uma característica da relação que ela dure”, defende.

Estas declarações foram prestadas já depois de o Presidente da República ter definido, à margem do XX Seminário Nacional do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, o que entende por solidariedade institucional, expressão usada para se referir à relação entre o Presidente e o primeiro-ministro. "A solidariedade institucional é mais do que franqueza, lealdade, informação, colaboração, entre níveis diferentes de poder e com responsabilidades diferentes. É até mais do que empatia ou amizade. Tudo isso existe, existiu e vai existir, mas a solidariedade institucional é, sobretudo, um compromisso com os portugueses", disse, citado pela Lusa.

O PÚBLICO também contactou a socialista Maria de Belém não só para ouvi-la sobre a declaração que Marcelo fez ao país, como para perceber se continua a ter, de alguma forma, os olhos postos no cargo ao qual já concorreu. Mas, do outro lado da linha, Maria de Belém declinou, bem-disposta, responder às perguntas. Começou por dizer que, apesar de haver “pessoas que têm muita notoriedade e que a adquirem por causa disso”, não é comentadora. Além disso, não lhe interessa muito reflectir sobre querelas Belém-São Bento: “Nunca fiz política com base nas intrigas e jogos palacianos.”

A política que lhe interessa passa por saber se o que o Presidente fez “foi bom ou não para as pessoas”, mas nem essa opinião vai partilhar, por saber que seria lida de forma política – e Maria de Belém não quer, neste momento, movimentar-se nesse xadrez. Explicou que não tem estado a fazer “política activa” mas intervenção cívica e social (como conferências, por exemplo): “Nesta fase estou em férias da política”, sublinhou. Nesta fase? Quer dizer que pondera regressar à cena política? “Só participo quando considero importante.” Como as eleições presidenciais? Vai voltar a concorrer? “São assuntos sobre os quais não opino nem reflicto neste momento”, disse apenas.

Sampaio da Nóvoa, também contactado, não se quis pronunciar sobre política.