Presença de Puigdemont causa desconforto na Bélgica
Oposição belga pede esclarecimentos ao Governo.
A presença em Bruxelas de Carles Puigdemont e de outros membros do governo destituído da Catalunha causou embaraço na Bélgica e provocou reacções em cadeia dos vários partidos políticos.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A presença em Bruxelas de Carles Puigdemont e de outros membros do governo destituído da Catalunha causou embaraço na Bélgica e provocou reacções em cadeia dos vários partidos políticos.
A viagem do líder independentista à capital da UE e da Bélgica, com o objectivo de “europeizar” a crise catalã, surgiu depois das declarações, no domingo, do polémico secretário de Estado da Imigração do Governo belga, Theo Francken, que abriu a porta a um eventual pedido de asilo de Puigdemont. Theo Francken é da N-VA, partido nacionalista flamengo, que participa no Governo federal belga e que tem afinidades com o movimento separatista na Catalunha, como aliás reconhece o próprio Puigdemont.
Esta terça-feira, o vice-primeiro-ministro conservador flamenco, Kris Peeters, deixou claro que não via com bons olhos a presença do líder separatista catalão. “Creio que se alguém declara a independência, é melhor que fique próximo do seu povo”, afirmou.
Entretanto, estalou a polémica com os partidos da oposição, a pedirem esclarecimentos ao Governo e o líder dos socialistas francófonos a considerar que a presença de Puigdemont punha em causa “a credibilidade internacional da Bélgica”.
O primeiro-ministro Louis Michel, liberal, viu-se forçado a reagir, distanciando-se da visita da delegação catalã. Em comunicado, Michel disse que Puigdemont estava na Bélgica, mas não a convite do Governo e que o político catalão dispunha dos mesmos direitos e deveres que qualquer cidadão europeu.
Já o líder da N-VA, Bart De Wever, garantiu que o político catalão “é um amigo” e será “sempre bem-vindo”.
A imprensa belga tem especulado nos últimos dias sobre o impacto que pode ter a presença de Puigdemont na relação dos partidos do Governo e nas relações bilaterais com Espanha.