Portugal prestes a ter mais três bens no Registo da Memória do Mundo da UNESCO

Comité consultivo para o património documental propôs a inscrição de mais 78 bens, três dos quais com ligações a Portugal. Um passa por Macau, outro por Bordéus e outro ainda por Santiago de Compostela.

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O Codex Calixtinus é um manuscrito iluminado de meados do século XII DR

O Comité Consultivo Internacional da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) anunciou esta terça-feira ter recomendado a inscrição de 78 novos bens no Registo da Memória do Mundo, incluindo três que envolvem Portugal.

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O Comité Consultivo Internacional da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) anunciou esta terça-feira ter recomendado a inscrição de 78 novos bens no Registo da Memória do Mundo, incluindo três que envolvem Portugal.

Deste registo fazem parte documentos em vários suportes que, pelo seu valor histórico, integram uma herança que se entende ser partilhada, universal.

Em comunicado, a UNESCO revelou que este comité consultivo, liderado pelo director-geral dos Arquivos Nacionais dos Emirados Árabes Unidos, Abdulla Alraisi, "examinou e avaliou novos itens de herança documental propostos por países pelo mundo fora, que se seguiu a um processo de dois anos como parte do ciclo de nomeações 2016-2017".

Assim, Portugal vê o seu nome na proposta de inscrição de três novos bens patrimoniais: os registos oficiais de Macau durante a dinastia Qing (1693-1886), partilhada com a China; os livros de vistos concedidos pelo cônsul português em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes (1939-1940); e o Codex Calixtinus da Catedral de Santiago de Compostela e outras cópias medievais do Liber Sancti Jacobi, em colaboração com Espanha.

Estes conjuntos de documentos deverão vir a juntar-se a outros sete que já fazem parte deste lista, como o Diário da Primeira Viagem de Vasco da Gama à Índia (1477-1499), o Tratado de Tordesilhas, a Carta de Pêro Vaz de Caminha ao Rei D. Manuel I (1500) ou o Apocalipse do Lorvão (c. 1189).

A ainda directora-geral da UNESCO, Irina Bokova, afirmou no mesmo comunicado ser sua "profunda e firme convicção que o programa da Memória do Mundo deve ser guiado no seu trabalho pela preservação da herança documental e da memória para benefício de gerações presentes e futuras no espírito do diálogo, da cooperação internacional e compreensão mútua, construindo a paz nas mentes das mulheres e dos homens".

Com as inclusões agora propostas, o registo da Memória do Mundo passará a contar com 427 documentos de todos os continentes, tendo já salvaguardado vários materiais em pedra, celulóide, pergaminho e gravações sonoras.

Para este ciclo de nomeações foram apresentadas 130 candidaturas.