LEFFEST: a Huppert juntam-se Schnabel, Cronenberg, Dafoe, Pattinson, Ferrara e Kechiche
De 17 a 26 de Novembro, aquele que se chama agora Lisbon & Sintra Film Festival mostrará 183 filmes e trará aos dois municípios 90 convidados.
O LEFFEST continua, apesar de ter saído do Estoril. Agora chama-se Lisbon & Sintra Film Festival, com a sigla a manter o "E" que já lá estava antes. Entre 17 e 26 de Novembro, estão previstos serem exibidos 183 filmes, distribuídos pelos dois municípios, além de 90 convidados, concertos, exposições, conversas, masterclasses, peças e outros eventos. Paulo Branco, na apresentação do programa esta segunda-feira no Teatro D. Maria II, um dos espaços por onde o festival passa, deixou porém claro que ainda muito pode mudar até ao festival, com novos filmes e convidados a serem confirmados – é possível, por exemplo, que David Lynch apareça sem avisar, ou que sejam exibidos dois episódios da nova temporada de Twin Peaks. Os bilhetes ficam à venda a 3 de Novembro.
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O LEFFEST continua, apesar de ter saído do Estoril. Agora chama-se Lisbon & Sintra Film Festival, com a sigla a manter o "E" que já lá estava antes. Entre 17 e 26 de Novembro, estão previstos serem exibidos 183 filmes, distribuídos pelos dois municípios, além de 90 convidados, concertos, exposições, conversas, masterclasses, peças e outros eventos. Paulo Branco, na apresentação do programa esta segunda-feira no Teatro D. Maria II, um dos espaços por onde o festival passa, deixou porém claro que ainda muito pode mudar até ao festival, com novos filmes e convidados a serem confirmados – é possível, por exemplo, que David Lynch apareça sem avisar, ou que sejam exibidos dois episódios da nova temporada de Twin Peaks. Os bilhetes ficam à venda a 3 de Novembro.
Na competição existem filmes que já passaram em outros festivais internacionais. São obras como Šerkšnas, de Šarunas Bartas, passado em plena guerra na Ucrânia, Lucky, do actor John Caroll Lynch, que foi o último papel de Harry Dean Stanton como protagonista, Western, de Valeska Grisebach, sobre um grupo de operários alemães na Bulgária, La Libertad Del Diablo, um documentário sobre as várias facetas da violência no México assinado por Everardo González, Call Me By Your Name, o capítulo que encerra a chamada “trilogia do desejo” de Luca Guadagnino, Lerd, de Mohammad Rasoulof, sobre a corrupção endémica no Irão, How to Talk to Girls at Parties, adaptado de um conto de Neil Gaiman por John Cameron Mitchell, criador do musical Hedwig and the Angry Inch, além de Verão Danado, o filme do português Pedro Cabeleira que recebeu uma menção especial no festival de Locarno deste ano. González, Lynch, Bartas, Cabeleira e Grisebach, além de Jonas Carpignano (A Ciambra), Nelson Carlo de Los Santos (Cocote, premiado em Locarno) e Xavier Beauvois (Les Gardiennes), marcarão presença para apresentar as suas obras nesta secção.
O júri terá como presidente David Cronenberg, o realizador canadiano, e incluirá também a actriz e encenadora portuguesa Mónica Calle, que apresentará a peça Ensaio para uma Cartografia, as escritoras Ersi Sotiropoulos, grega, e Hanan al-Sahaykh, libanesa, a realizadora húngara Ildikó Enyedi, cujo Teströl és Iélekröl será mostrado fora de competição, e a pianista japonesa Momo Kodama.
Fora da competição, a selecção inclui Mektoub, My Love: Canto Uno, de Abdellatif Kechiche, O Quadrado, de Ruben Östlund, que venceu este ano a Palma de Ouro em Cannes, A Hora Mais Negra, de Joe Wright, Last Flag Flying, de Richard Linklater, First Reformed, de Paul Schrader, Der Hauptmann, de Robert Schwenke, Boom For Real: The Late Teenage Years of Jean-Michel Basquiat, de Sara Driver, The Devil and Father Amorth, de William Friedkin, Molly’s Game, que marca a estreia na realização do argumentista Aaron Sorkin, e Três Cartazes à Beira da Estrada, de Martin McDonagh. Há ainda espaço para Roda Gigante, o novo filme de Woody Allen, e uma obra inspirada tanto no estilo de Allen quanto na sua biografia: o polémico I Love You Daddy, do cómico Louis C.K. O filme envolve um realizador acusado de molestar crianças, numa clara alusão às acusações que existem contra Woody Allen, mas também aborda as alegações que circulam há anos sobre actos sexuais do próprio C.K., algo que não tem caído bem num contexto pós-Harvey Weinstein. Driver, Schwentke, Kechiche e Östlund marcarão presença, tal como Mathieu Amalric, que traz com ele Barbara e Three Music Films, um conjunto de três curtas sobre John Zorn e Barbara Hannigan, e Philippe Garrel, que vem com O Amante de um Dia.
Em termos de retrospectivas, já tinham sido anunciadas algumas. Isabelle Huppert, que terá filmes e uma exposição, o encenador e realizador Peter Brook, que apresentará a peça Battlefield e dará uma masterclass, bem como os realizadores portugueses João Mário Grilo e José Vieira. Foram adicionados três nomes: o suíço Alain Tanner, o americano Abel Ferrara, e Julian Schnabel, que está a rodar um filme sobre Vincent Van Gogh com Willem Dafoe, que também virá ao festival.
Robert Pattinson, o actor britânico que ficou famoso com a saga Crepúsculo, trabalhou com Cronenberg e pôde ser visto este ano em Good Time, dos irmãos Safdie, não faz parte de nenhuma retrospectiva, mas tem marcado um "encontro com o público".