FC Porto goleia no Bessa e recupera comando da Liga

Golos de Aboubakar, Marega e Brahimi decidem um derby que o Boavista vendeu mais caro do que o resultado leva a crer.

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Momento do jogo entre o Boavista e o FC Porto José Coelho/EPA

O FC Porto venceu este sábado o Boavista, por 3-0, com Aboubakar (50'), Marega (80') e Brahimi (86') a sentenciarem um derby em que a equipa de Sérgio Conceição - apesar do resultado confortável - teve que fazer das "tripas coração" para contrariar uma "pantera" determinada, mas que acabou por cair na armadilha da segunda parte portista e devolver o comando do campeonato ao vizinho.

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O FC Porto venceu este sábado o Boavista, por 3-0, com Aboubakar (50'), Marega (80') e Brahimi (86') a sentenciarem um derby em que a equipa de Sérgio Conceição - apesar do resultado confortável - teve que fazer das "tripas coração" para contrariar uma "pantera" determinada, mas que acabou por cair na armadilha da segunda parte portista e devolver o comando do campeonato ao vizinho.

O Boavista entrou altamente motivado, focado nas tarefas necessárias para expor as fragilidades do "dragão", confundindo-o, minando a estratégia portista, para logo explorar os desequilíbrios que acabariam por confirmar-se.

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À medida que os ponteiros do relógio avançavam e o FC Porto desesperava por uma faísca que acendesse a sua temível vocação ofensiva, crescia a crença na "pantera", elegante no seu ritual de instintos predadores, com David Simão, Kuca e o estreante Yusupha Njie a boicotarem os processos e o domínio territorial do adversário, obrigando inclusive José Sá a justificar a opção de Sérgio Conceição.

O Boavista dava "água pela barba" do guarda-redes "azul-e-branco" e poderia mesmo ter conquistado uma importante vantagem ao intervalo. Bloqueado e, por vezes, atolado no próprio meio-campo, nitidamente insuficiente para dar resposta cabal às ramificações e desmultiplicações dos "axadrezados", o FC Porto ficava cada vez mais longe da baliza de Vagner. Corona poderia ter invertido este lógica mesmo em cima do descanso, mas, no único momento de verdadeiro perigo criado pelos portistas, faltou a eficácia.

Sérgio Conceição foi, por isso, obrigado a decifrar o código do cofre do Bessa durante o intervalo. E a segunda metade revelaria, de facto, um FC Porto menos ansioso. Brahimi tinha, como se suspeitava, a chave da partida e depois de receber o sinal de Corona, abriu caminho para Aboubakar fazer aquilo que mais gosta.

As premissas do derby alteravam-se e o Boavista reconhecia, automaticamente, que seria preciso mais do que tirar o "dragão" do sério para voltar a controlar a noite do Bessa. Apesar de tudo, o jogo continuava aberto. O Boavista não se rendia e, ainda que sujeito a receber o golpe de misericórdia, continuava interessado em algo mais do que uma vitória moral. Jorge Simão aceitava, de resto, jogar no fio da navalha, trocando o central Sparagna por mais uma unidade para a frente.

O aviso portista surgiu de imediato com Herrera a perdoar a ousadia e a permitir que Vagner alimentasse a esperança por breves instantes. O abalo sentido no Bessa teve réplicas, com Felipe a dar o último aviso e Marega a furar, precisamente por onde Simão tinha deixado a cratera, para descansar as hostes portistas. O Boavista capitulava e Brahimi fechava a porta do derby com um toque de goleada que foi bem mais dura de conseguir do que os números indiciam, sublinhado pela bomba de Marega ao poste.