Professores aderem à greve mas com "objectivos próprios"

O descongelamento das carreiras tem normas diferentes para os docentes face ao que está previsto para o resto da administração pública.

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Mário Nogueira fará um primeiro balanço da greve às 11h30 desta sexta-feira LUSA/Rodrigo Antunes

A Federação Nacional de Professores (Fenprof), afecta à CGTP, aderiu à greve da função pública desta sexta-feira e anunciou já que estará presente “com objectivos próprios e exigências adaptadas à sua realidade”. Em causa está, sobretudo, o facto de as normas de descongelamento das carreiras serem diferentes para os professores do que para o resto da administração pública. Segundo a proposta de Orçamento de Estado para 2018, os docentes verão “apagados, pelo menos, 10 anos de vida profissional”, que não contarão assim para a sua progressão.

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A Federação Nacional de Professores (Fenprof), afecta à CGTP, aderiu à greve da função pública desta sexta-feira e anunciou já que estará presente “com objectivos próprios e exigências adaptadas à sua realidade”. Em causa está, sobretudo, o facto de as normas de descongelamento das carreiras serem diferentes para os professores do que para o resto da administração pública. Segundo a proposta de Orçamento de Estado para 2018, os docentes verão “apagados, pelo menos, 10 anos de vida profissional”, que não contarão assim para a sua progressão.

Tanto a Fenprof, que se escusou a fazer prognósticos sobre a adesão à greve, como a Federação Nacional de Educação (FNE), afecta à UGT, já pediram reuniões ao ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues. À estrutura liderada por Mário Nogueira o Ministério respondeu pela negativa. A FNE, que à semelhança dos outros sindicatos afectos à UGT não aderiu à greve desta sexta-feira, anunciou que irá divulgar um calendário de acções de luta no final do mês se entretanto o ministério não aceder em negociar o descongelamento das carreiras.

Solidários com a greve nacional da função pública, está também a maioria dos sindicatos de professores independentes, que entretanto constituíram uma Frente Sindical Docente para se oporem às “nefastas medidas” contidas na proposta de OE para 2017.

Ainda na área da educação, Artur Sequeira, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas, espera que haja “uma grande adesão” por parte do pessoal não docente. A falta de pessoal nas áreas de vigilância e apoio nas escolas e o “recurso continuado” a contratos a termo certo e a tempo parcial, são alguns dos motivos de descontentamento. Mas a federação também tem dúvidas quanto à abertura do concurso para integrar 1500 auxiliares, argumentando que ainda não é claro se o concurso é para contratos a termo ou sem termo.