Michael Bloomberg arrasa o “Brexit”, “a ideia mais estúpida” que o Reino Unido já teve
Pior, só mesmo a eleição de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos, considera o magnata dos media.
Porque é que o Reino Unido, que estava a seguir no bom caminho, decidiu arruinar-se? O magnata norte-americano dos media e ex-mayor da cidade de Nova Iorque, Michael Bloomberg, tenta mas não consegue entender o voto dos britânicos pelo “Brexit”, “a ideia mais estúpida que algum país já teve”, depois da eleição de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos.
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Porque é que o Reino Unido, que estava a seguir no bom caminho, decidiu arruinar-se? O magnata norte-americano dos media e ex-mayor da cidade de Nova Iorque, Michael Bloomberg, tenta mas não consegue entender o voto dos britânicos pelo “Brexit”, “a ideia mais estúpida que algum país já teve”, depois da eleição de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos.
“Durante uns tempos achei que era a coisa mais estúpida que um país já tinha feito. Mas logo depois Trump ganhou as eleições nos EUA”, afirmou Michael Bloomberg, num discurso em Boston, antes de cruzar o Atlântico para a inauguração da nova sede europeia da sua agência de notícias financeiras, na City de Londres – um investimento de 1300 milhões de dólares que, admitiu, carece de sentido no quadro da saída do Reino Unido da União Europeia. “Aqui estamos, a inaugurar dois novos edifícios, grandes e caros. Estaríamos aqui se eu pensasse que o ‘Brexit’ podia acontecer? Sempre que penso nisso, acho que não”, confessou.
O empresário e investidor nova-iorquino simplesmente não compreende como é que os britânicos se deixaram convencer com os argumentos invocados do lado da campanha pela saída da União Europeia. “É muito difícil compreender que um país que estava a sair-se bem e a seguir no bom caminho tenha, de repente, decidido arruinar-se”, afirmou Bloomberg, que vê na sua própria reacção ao “Brexit” como homem de negócios um sinal das dificuldades que o Reino Unido vai atravessar, por causa do divórcio.
Antecipando a deslocalização de indústrias, a perda de investimentos e a fuga de cérebros, o magnata não tem dúvidas de que o Reino Unido sairá fortemente penalizado, internamente mas também no quadro da sua relação futura com a Europa. “Jamais conseguirão um acordo tão bom como tinham. Bruxelas vai ter de lhes dificultar a vida, até para evitar que outros países pensem em fazer o mesmo”, considerou.
“Foi uma decisão muito pouco inteligente e da qual vai ser muito difícil recuperar. Vai ser doloroso. As empresas já estão a olhar para outras cidades da Europa onde se possam instalar, incluindo a minha”, revelou.
A Bloomberg emprega cerca de 20 mil pessoas em todo o mundo, e só no Reino Unido conta com 4000 funcionários. As consequências sobre a força de trabalho do referendo do “Brexit”, tal como o impacto da eleição de Donald Trump para a Casa Branca, são tremendas, notou o fundador da companhia. “Um dos maiores prejuízos [destas votações], tanto no Reino Unido como nos EUA, foi que começámos a ter funcionários que nos vêm pedir transferência, e nos dizem: ‘Eu não quero trabalhar mais aqui, este país não gosta de imigrantes”, criticou.