Os perfumes chegam às marcas portuguesas
O joalheiro Eugénio de Campos e a alfaiataria Rosa & Teixeira lançaram perfumes.
Há uma tendência que está a surgir em Portugal no mundo do luxo: as marcas começam a diversificar os seus produtos, diz Rita Carvalho, consultora que trabalhou com o joalheiro Eugénio de Campos na criação de dois perfumes, um para homem e outro para mulher. Esta marca não é a única. Recentemente, a alfaiataria Rosa & Teixeira também apresentou uma eau de parfum. Assim como a Antiga Barbearia de Bairro criou o seu primeiro perfume.
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Há uma tendência que está a surgir em Portugal no mundo do luxo: as marcas começam a diversificar os seus produtos, diz Rita Carvalho, consultora que trabalhou com o joalheiro Eugénio de Campos na criação de dois perfumes, um para homem e outro para mulher. Esta marca não é a única. Recentemente, a alfaiataria Rosa & Teixeira também apresentou uma eau de parfum. Assim como a Antiga Barbearia de Bairro criou o seu primeiro perfume.
“As marcas começam a perceber que podem alargar as suas áreas de negócio. No luxo, tudo está interligado: os acessórios, as roupas, a cosmética, as canetas, os relógios... Há uma ligação muito grande”, diz ao Culto no final da apresentação dos perfumes que marcam os 30 anos de existência da Eugénio de Campos no mercado, nesta quarta-feira, em Lisboa.
Rita Carvalho dá os exemplos da Ferrari, famosa pelos seus carros; da Bulgari, mais conhecida pelos relógios e jóias; ou da Chanel, com os seus vestidos e malas. Todas estenderam os seus negócios a outros ramos, nomeadamente à cosmética ou à perfumaria, por exemplo. “Todos estes produtos se encaixam. O mundo da beleza e do luxo não é só roupa, precisamos de todos os acessórios para complementar, e as marcas portuguesas começaram a perceber que podem apresentar vários tipos de produtos e abranger vários segmentos de clientes e consumidores”, diz a consultora, acrescentando ainda que, caso uma pessoa não possa comprar uma mala Chanel, mas adquira um perfume, sente que “faz parte de uma comunidade, que é uma consumidora Chanel”. “O mundo do luxo torna-se mais acessível”, declara.
É também esse o objectivo de Eugénio de Campos. Embora, o seu principal negócio seja a joalharia, com o passar dos anos foi-se estendendo a outras áreas, como a marroquinaria e a relojoaria. Agora, 30 anos depois de ter começado e para marcar o número redondo, o fundador resolveu “perpetuar a marca de forma diferente, não criando uma jóia, mas uma jóia em estado líquido”, diz Eugénio de Campos aos jornalistas.
“Foi um projecto longo e entusiasmante”, define o joalheiro, que queria criar perfumes de que ele e a mulher gostassem e com os quais se identificassem. Assim nasceram o Gold Stone (para homem) e o Gold Rose (para mulher). Rita Carvalho descreve cada um dos perfumes fazendo referência ao casal, por exemplo a mulher de Eugénio de Campos chama-se Rosa Maria, logo, o perfume tem o seu nome, e um dos principais ingredientes é a rosa-da-turquia. “É um perfume sedutor”, diz. Quanto ao perfume para homem, foram escolhidos ingredientes que “transmitissem força, carácter, energia, o não ter medo, e a sedução masculina como o Eugénio de Campos”, continua a consultora. Ao ouvir as suas palavras, o joalheiro brinca: “Eu sou isso tudo?”
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Sonhos em “estado líquido”
Este é “um sonho em estado líquido”, resume Eugénio de Campos. Também Pedro Castro, responsável pela área da comunicação da Rosa & Teixeira, fala de “sonho” quando se refere ao perfume com o mesmo nome que a empresa lançou. Neste caso, trata-se do “sonho do mentor da loja, um sonho de infância”, explica. José Castro, a figura por detrás da marca, sonhava com os aromas da sua infância, o “toque levemente adocicado do marmeleiro” e a “frescura dos frutos vermelhos”. “É uma memória longínqua que perfuma a alma e nos faz recuar a um cenário idílico, em que a beleza da natureza mitigava a distância do mar, e as temperaturas amenas concediam aos frutos um sabor único e uma fragrância que afagava os sentidos”, refere a empresa em comunicado.
Se os perfumes Gold Stone e Gold Rose são praticamente 100% portugueses, excepto alguns ingredientes que não há por cá — “tal como acontece com as pedras preciosas, porque não temos minas”, justifica Eugénio de Campos —, o Sonho, de Rosa & Teixeira, foi criado em Inglaterra, mas desenvolvido em Portugal.
Se o frasco de Eugénio de Campos é redondo e bojudo e remete para as antigas farmácias, o de Rosa & Teixeira tem linhas geométricas e depuradas. Os rótulos dos primeiros são simples e com um apontamento dourado, e o do segundo tem cornucópias desenhadas que lembram os tecidos das gravatas e echarpes masculinas do universo da alfaiataria.
E onde se vendem estes perfumes? No caso de Eugénio de Campos, no espaço da marca no El Corte Inglès, em Lisboa e no Porto; nos aeroportos nacionais; em todas as joalharias e ourivesarias que são representantes da marca. No futuro também poderá ser comprado em perfumarias, mas não em grandes cadeias, salvaguarda o empresário. Quanto ao Sonho, está disponível nas lojas de Lisboa e do Porto da Rosa & Teixeira.