Ministro da Educação defende necessidade de escolas desenhadas à medida
"Temos que recuperar o atraso provocado pelo fim do Plano Tecnológico da Educação, uma decisão errada que criou um "défice oculto" nas competências de muitos dos nossos alunos", criticou o ministro Tiago Brandão Rodrigues, no arranque do Conferência Internacional Educação, em Lisboa
O Ministro da Educação lamentou esta segunda-feira o fim do Plano Tecnológico da Educação, durante uma conferência internacional em Lisboa em que defendeu a necessidade de criar uma "Escola-Alfaiate", desenhada à medida de cada um.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O Ministro da Educação lamentou esta segunda-feira o fim do Plano Tecnológico da Educação, durante uma conferência internacional em Lisboa em que defendeu a necessidade de criar uma "Escola-Alfaiate", desenhada à medida de cada um.
"Temos que recuperar o atraso provocado pelo fim do Plano Tecnológico da Educação, uma decisão errada que criou um "défice oculto" nas competências de muitos dos nossos alunos", criticou Tiago Brandão Rodrigues, durante o seu discurso na Conferência Internacional Educação "2017 Inovação: Na Escola e pela Escola", que começou esta segunda-feira na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.
O ministro lembrou que o ministério está a "desenvolver uma estratégia articulada, centrada na qualidade das aprendizagens dos alunos, e coerente com a Iniciativa Nacional Competências Digitais INCoDe.2030".
Segundo Tiago Brandão Rodrigues, esta estratégia passa pela promoção de ambientes educativos inovadores que estimulem a aquisição de competências "TIC", pelo incentivo à utilização de recursos educativos digitais e pela formação de professores.
Foi precisamente aos professores que Tiago Brandão Rodrigues dirigiu as últimas palavras do seu discurso, recorrendo a uma ideia do ex-presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama: "Todos os dispositivos sofisticados e wifi do mundo não vão fazer diferença se não tivermos grandes professores nas salas de aula".
Lembrando que a Educação é a "mãe de todas as políticas", o ministro defendeu a necessidade de criar uma escola à medida de todos e de cada um: a "Escola-Alfaiate".
Tiago Brandão Rodrigues recordou as conquistas da revolução de 1974 - "De uma escola elitista, passamos com Abril, a uma escola democrática. De uma Escola classista passamos, com Abril, a uma escola universalista. De uma Escola quase que caridosa passamos, com Abril, a um Serviço Nacional de Educação" - para defender que agora é tempo de criar uma escola feita à medida de cada escola e de cada aluno.
"Chega agora o momento de encontrarmos a resposta que melhor nos convenha para, de uma forma longa no tempo, assegurarmos a Escola-Alfaiate que o mundo contemporâneo já há algum tempo nos vem exigido. Uma Escola à medida de todos, de cada um, da nossa rua, como do nosso mundo", defendeu o ministro da Educação.
Perante um auditório cheio, Tiago Brandão Rodrigues deixou uma questão retórica: "Pergunto-me se haverá alguém melhor do que quem faz as Escolas todos os dias para, com a liberdade cívica e com a responsabilidade profissional que os caracterizam, gerir parte dos recursos, dos tempos, dos espaços escolares e valorizar os conteúdos educativos e as práticas pedagógicas que melhor respondem ao contexto que é o seu".
Durante o seu discurso, lembrou algumas das iniciativas do ministério como o de criar "a voz dos alunos" em que os estudantes dizem como melhor aprendem ou o "Orçamento Participativo das Escolas", em que os alunos têm uma palavra no investimento feito nas suas escolas.