Dois militares terão sido identificados no caso do assalto a Tancos

Um dos militares identificados presta serviço no Regimento de Engenharia 1, em Tancos, adianta o semanário Sol.

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Miguel Manso

Dois militares terão sido identificados no caso do assalto dos Paióis Nacionais de Tancos, adianta o Sol na sua edição deste sábado. Os militares estariam a ser monitorizados desde o roubo das armas e um deles presta serviço no Regimento de Engenharia 1, também em Tancos, uma das três unidades responsáveis pelas rondas de segurança do Paiol Nacional, acrescenta o semanário.

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Dois militares terão sido identificados no caso do assalto dos Paióis Nacionais de Tancos, adianta o Sol na sua edição deste sábado. Os militares estariam a ser monitorizados desde o roubo das armas e um deles presta serviço no Regimento de Engenharia 1, também em Tancos, uma das três unidades responsáveis pelas rondas de segurança do Paiol Nacional, acrescenta o semanário.

Terá sido através destes militares que a Polícia Judiciária Militar começou a seguir de perto os assaltantes nas útimas semanas, mas sem chegar aos cabecilhas, escreve ainda o semanário, que afirma que esses militares terão coagido os alegados assaltantes a devolver as armas, uma vez que as munições de 9 mm seriam o verdadeiro alvo do roubo.

Mas o Sol revela ainda que a Procuradoria-Geral da República (PGR) "terá apresentado ao Ministério da Defesa uma participação disciplinar a respeito da actuação da Polícia Judiciária Militar na intercepção do armamento dos Paióis Nacionais de Tancos". 

Ao PÚBLICO, fonte da PGR afirmou que “não se confirma a participação”. A procuradoria nada mais acrescenta à informação já prestada: “Este inquérito não tem arguidos constituídos e encontra-se em segredo de justiça”.

As investigações ao assalto, ocorrido em Junho último, estavam a ser conduzidas pela Unidade Nacional Contra o Terrorismo da Polícia Judiciária, mas foi a PJM a ser alertada por uma fonte anónima de que o armamento se encontrava num armazém na Chamusca. Os militares recolheram todo o material roubado, sem avisarem os seus colegas da Judiciária.

Sem suspeitos

A operação da Polícia Judiciária Militar que decorreu na madrugada de terça-feira não permitiu identificar suspeitos, segundo avançou nesta semana uma fonte militar, que admitiu ainda assim que seria uma questão de tempo até isso acontecer.

A única pista nova era o local – um terreno ao abandono, de pastorícia, na região da Chamusca, onde o material terá sido colocado no dia ou dias anteriores e não há semanas ou meses.

A descoberta foi feita depois de uma denúncia anónima. Apenas foi possível chegar a este local a umas poucas dezenas de quilómetros de Tancos, no distrito de Santarém. A Procuradoria-Geral da República confirmou entretanto à Lusa que o material foi recuperado e que o inquérito prossegue.

A Polícia Judiciária Militar encontrou caixas grandes escondidas que indiciavam conter material militar e que aparentavam ter sido assim removidas dos Paióis Nacionais. Elementos do laboratório da Polícia Judiciária Militar foram chamados para a inspecção ao local e recolha de vestígios e provas e depois foi solicitada a presença de uma equipa de engenharia do Exército especializada em explosivos para certificar que o material podia ser removido em segurança. Quase todo o material desaparecido foi encontrado, à excepção de algumas munições.