“Núcleo duro” de trabalhadores da Autoeuropa já está formado

Comissão executiva integra elementos de todas as listas que compõem a CT.

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RG RUI GAUDENCIO

A comissão executiva da comissão de trabalhadores (CT) da Autoeuropa já está formada e é composta por elementos de todas as listas que integram a CT. Assim, participam neste órgão Fernando Gonçalves (que liderava a lista E, a mais votada nas eleições), Armando Lacerda (também da lista E), Fausto Dionísio (lista D), José Carlos Silva (lista C) e Paulo Marques (lista A).

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A comissão executiva da comissão de trabalhadores (CT) da Autoeuropa já está formada e é composta por elementos de todas as listas que integram a CT. Assim, participam neste órgão Fernando Gonçalves (que liderava a lista E, a mais votada nas eleições), Armando Lacerda (também da lista E), Fausto Dionísio (lista D), José Carlos Silva (lista C) e Paulo Marques (lista A).

Serão estes responsáveis, em articulação com os restantes membros da CT, que se irão sentar à mesa com a administração da Autoeuropa para resolver o diferendo ligado à laboração aos sábados para produzir o novo modelo, o T-Roc. Para já, ainda não está agendada a primeira reunião entre as duas partes, mas esta poderá ocorrer ainda na semana que vem.

Para Fernando Gonçalves, a direcção da Autoeuropa, liderada por Miguel Sanches, “tem de pensar em apresentar alguma coisa diferente” em relação ao que estava em cima da mesa, depois de o pré-acordo negociado com a anterior CT ter sido rejeitado, e de ter havido eleições. “Não tem cabimento ir falar sobre propostas que foram chumbadas”, afirmou ao PÚBLICO o novo coordenador da CT.

Para cumprir com as metas de produção do T-Roc (um veículo utilitário desportivo), a empresa quer implementar um novo regime laboral, que implica trabalhar também aos sábados, de forma regular. 

O pré-acordo que foi fechado entre a anterior CT e a administração estabelecia uma folga fixa ao domingo e outra rotativa ao longo da semana. Isto para que houvesse três turnos diários em seis dias da semana (com um total de 18 turnos por semana). A VW efectuaria então “um pagamento mensal de 175 euros adicional ao que está previsto na lei, 25% de subsídio de turno e a atribuição de um dia adicional de férias”.

Esse pré-acordo foi rejeitado em plenário de trabalhadores, a 29 de Julho, a que se somaria a queda da CT que estava em funções e uma greve (a 30 de Agosto).

Em meados de Setembro, num encontro com jornalistas, Herbert Diess, presidente executivo da marca Volkswagen e membro do conselho de administração do grupo alemão, mostrou-se convicto de que as negociações estariam concluídas no mês de Outubro, algo que muito dificilmente acontecerá.

Para já, a fábrica de Palmela deixou de produzir, há poucos dias, o Scirocco, quase dez anos depois de ter começado a ser fabricado na Autoeuropa e numa altura em que estavam a ser exportadas unidades para a Namíbia e o Botswana -- o que implicou pormenores como volante à direita e sistema de arrefecimento reforçado.

O fim do Scirocco poderá dar mais espaço para a produção do T-ROC, cuja meta para o ano que vem ronda as 200 mil unidades. Este ano devem ser produzidos cerca de 28 mil, com os primeiros veículos destinados ao circuito comercial a partir de Setúbal na semana que vem, tendo como destino a Alemanha.