Peter Burling contra Blair Tuke na luta pela “triple crown”
Dupla de sucesso da vela mundial vai separar-se circunstancialmente para a VOR.
São dois prodígios da vela actual e na última meia dúzia de anos formaram uma das mais bem-sucedidas parcerias no desporto mundial, mas após vencerem, lado a lado, praticamente tudo o que tinham para vencer, os neozelandeses Peter Burling e Blair Tuke serão agora concorrentes na tentativa de se tornarem nos primeiros a conseguirem a “triple crown” da vela: nunca nenhum velejador conseguiu vencer os Jogos Olímpicos (JO), a America’s Cup (AC) e a Volvo Ocean Race (VOR).
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São dois prodígios da vela actual e na última meia dúzia de anos formaram uma das mais bem-sucedidas parcerias no desporto mundial, mas após vencerem, lado a lado, praticamente tudo o que tinham para vencer, os neozelandeses Peter Burling e Blair Tuke serão agora concorrentes na tentativa de se tornarem nos primeiros a conseguirem a “triple crown” da vela: nunca nenhum velejador conseguiu vencer os Jogos Olímpicos (JO), a America’s Cup (AC) e a Volvo Ocean Race (VOR).
Companheiros de equipa nos JO de 2012 e 2016, nos Mundiais de 49er desde 2009 a 2016 e na AC deste ano, Burling e Tuke vão estrear-se na VOR em equipas diferentes: Burling velejará na Team Brunel e Tuke fará parte da MAPFRE. Entre as cerca de sete dezenas de velejadores de topo que vão competir na VOR 2017-18, há alguns participantes da 35.ª AC, que teve lugar em Junho, nas Bermudas. Louis Sinclair esteve em destaque na Oracle Team USA e vestirá agora a camisola da MAPFRE, onde terá como skipper o basco Xabier Fernandez, que esteve na baía de Great Sound com a BAR Land Rover. No entanto, será na direcção de dois “kiwis” que estarão apontados os holofotes.
Quatro meses depois de conquistarem de forma inequívoca a AC com a Team New Zealand, Burling e Tuke assumem o risco de competir na VOR num papel secundário – não serão skippers –, e em embarcações concorrentes. Burling, de 26 anos, e Tuke, de 28 , iniciaram uma parceria a nível internacional em 2009, quando fizeram pela primeira vez equipa no Mundial de 49er. Desde então, têm coleccionado vitórias e recordes.
Nos JO de 2012, apesar de formarem a dupla mais jovem em prova, conquistaram a medalha de prata, e há um ano, no Rio de Janeiro, onde foram os porta-estandartes da Nova Zelândia, arrasaram a concorrência: vitória com 43 pontos de vantagem, a maior diferença desde as Olimpíadas de 1968 em qualquer classe de vela. Pelo meio, mais um feito para a história da modalidade: foram os primeiros a ganhar quatro Mundiais de 49er consecutivos (entre 2013 e 2016), período durante o qual ganharam as 28 regatas em que participaram.
Agora, vão seguir correntes e ventos diferentes. O primeiro a ser anunciado numa equipa da VOR foi Tuke. Em Julho, o neozelandês surgiu com um dos principais trunfos da MAPFRE, revelando que era o concretizar de uma ambição antiga: “Quem está próximo de mim, sabe que eu quero fazer esta corrida há muito tempo, antes mesmo de ter competido nos Jogos Olímpicos e na America's Cup.” Um mês depois, foi a vez de a Team Brunel apostar forte e jogar a cartada Burling. Confrontado com o duelo que se avizinhava, com o seu amigo e antigo aliado, disse que será positivo para ambos. “Já velejei contra o Blair no passado e penso que ele está a divertir-se a bordo do MAPFRE. Vamos aprender muito antes da próxima vez que velejarmos juntos, o que deverá acontecer em breve.”