Governo quer limites ibéricos de captura de sardinha entre 13,5 e 14 mil toneladas

Executivo português vai propor que os limites de captura de sardinha para Portugal e Espanha para 2018 sejam entre 13,5 e 14 mil toneladas, anunciou esta sexta-feira a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino

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Na próxima quinta e sexta-feira vão decorrer reuniões com Espanha e da União Europeia, adiantou Ana Paula Vitorino LUSA/TIAGO PETINGA

"O intervalo que vamos propor para os limites de captura para os dois países situa-se entre as 13,5 e 14 mil toneladas - é um decréscimo que nos permite, ainda assim, um crescimento expectável da biomassa de 5,8%", referiu.

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"O intervalo que vamos propor para os limites de captura para os dois países situa-se entre as 13,5 e 14 mil toneladas - é um decréscimo que nos permite, ainda assim, um crescimento expectável da biomassa de 5,8%", referiu.

Em declarações aos jornalistas, Ana Paula Vitorino adiantou que, na próxima quinta e sexta-feira vão decorrer reuniões com Espanha e com a União Europeia, para que estes valores sejam acordados.

Questionada sobre a possibilidade do Governo não acatar as recomendações do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES), para suspender a pesca de sardinha em 2018, a ministra do Mar disse que tem que ser garantido um ponto de equilíbrio entre a sustentabilidade do “stock” e a das comunidades piscatórias.

"Estas decisões têm que ter um ponto de equilíbrio entre aquilo que é a sustentabilidade do 'stock', porque se acabarmos com ele não haverá pesca no futuro [...] mas, também temos que ponderar outros factores, nomeadamente a sustentabilidade social das comunidades piscatórias que dependem destas pescarias", sublinhou.

No que se refere à aplicação de medidas para limitar a captura da sardinha, a ministra do Mar disse que foi estabelecido um pacote de medidas que engloba o aumento do período de defeso de 30 para 60 dias, o incremento da análise e acompanhamento científico da matéria em causa, bem como a criação de uma área de repovoamento e de não pesca.

"Temos duas acções que nos parecem importantes, criar uma área para repovoamento [...], numa determinada área vamos tentar aumentar os juvenis e estabelecer uma área de não pesca, onde existe uma pior relação entre o que é pescado e o que aparece de novo", acrescentou.

Porém, Ana Paula Vitorino garantiu que, apesar da recuperação dos níveis de sardinha ainda não se fazer sentir de uma forma substancial, houve um crescimento da biomassa. "O ano passado, tínhamos uma primeira recomendação do ICES de que devíamos ficar [pela captura] de mil e quinhentas toneladas, mas estabeleciam-se cenários [...] e o que nós escolhemos foi aquele que nos permitia ter um crescimento acima de 5% e, por isso, foram fixadas 17 mil toneladas entre Portugal e Espanha, [no entanto], o crescimento real que resultou dessa escolha foi de 7,48%", concluiu.

De acordo com o parecer científico do ICES, divulgado esta sexta-feira, o 'stock' de sardinha tem vindo a decrescer de 106 mil toneladas em 2006 para 22 mil em 2016, por isso, recomenda que, em 2018, seja suspensa a captura desta espécie de peixe.

Contudo, aponta para vários cenários de capturas, estabelecendo como limite 24.650 toneladas.