Contos da infância desvalida

Um promissor realizador “indie” sobe ao patamar superior sem especial brilho, mas dá a Woody Harrelson um papel de ouro.

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O Castelo de Vidro é então o exemplo perfeito de um cineasta que deu um passo maior do que a perna

Temporário 12 (2013) lançou para a “primeira linha” (e para o seu óscar-surpresa de melhor actriz em 2016 por Quarto) uma das melhores jovens actrizes americanas, Brie Larson. O autor desse pequeno e sensível filme independente, Destin Daniel Cretton, vê-se agora igualmente promovido ao “patamar superior” com esta adaptação do best-seller auto-biográfico da jornalista Jeannette Walls sobre a sua infância desvalida.

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Temporário 12 (2013) lançou para a “primeira linha” (e para o seu óscar-surpresa de melhor actriz em 2016 por Quarto) uma das melhores jovens actrizes americanas, Brie Larson. O autor desse pequeno e sensível filme independente, Destin Daniel Cretton, vê-se agora igualmente promovido ao “patamar superior” com esta adaptação do best-seller auto-biográfico da jornalista Jeannette Walls sobre a sua infância desvalida.

A infância desvalida já era de certo modo o tema de Temporário 12, ambientado nos centros de acolhimentos para jovens em risco, e filme que passou demasiado despercebido à altura da sua estreia. Mas onde O Castelo de Vidro é uma adaptação de um livro pré-existente, no filme anterior Cretton baseava-se nas suas próprias experiências como monitor num desses centros.

O Castelo de Vidro é então o exemplo perfeito de um cineasta que deu um passo maior do que a perna sem sair da sua zona de conforto: a história dos quatro miúdos Walls e do seu crescimento com um pai permanentemente falido e alcoólico e uma mãe perdida no seu próprio mundinho é bem contada pelo jovem realizador, que sabe tocar a corda da emoção com alguma elegância mas não evita a queda pontual no rodriguinho a puxar à lágrima (sobretudo no final).

O que salva o filme da convenção da “história verídica” e da indiferença do filme de prestígio são, mais uma vez, os actores, para os quais Cretton tem especial jeito — e aqui nem é tanto Brie Larson, tocante mas com pouco que fazer no seu papel, mas mais Woody Harrelson, definitivamente um dos mais notáveis e subaproveitados actores americanos, extraordinário no papel do pai sonhador e voluntarioso mas incapaz de tomar conta da sua própria família. Só por ele vale a pena gastar o preço do bilhete para este filme simpático mas demasiado convencional.

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