O espírito das Damas celebra-se no Brutal Fest
Entre esta terça-feira e sábado, as Damas, na Graça, em Lisboa, transformam em festival aquilo que tem sido a sua intervenção e programação musical. Le Ton Mité, CAVEIRA, MDME SPKR, Clementine ou DJ Neroso em cartaz
As Damas têm restaurante, palco e pista de dança e são um fervilhante espaço de boémia nascido no bairro da Graça, em Lisboa. As Damas são um laboratório criativo, um espaço de partilha e de descoberta, um centro cuja programação abrangente – o noise-rock, o jazz exploratório, a electrónica curiosa por novas formas ou as recentes pesquisas rítmicas afrocêntricas, entre muito mais – pretende ser espelho de uma realidade diversa e mostrar-se actuante (podemos dizer activista) nessa mesma realidade. Entre 17 e 21 de Outubro, as Damas lá estarão de portas abertas, como habitualmente. Entre 17 e 21 de Outubro, abrem para celebrar o que foram construindo e o que foi ali frutificando. Durante cinco dias, abram alas para o Brutal Fest.
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As Damas têm restaurante, palco e pista de dança e são um fervilhante espaço de boémia nascido no bairro da Graça, em Lisboa. As Damas são um laboratório criativo, um espaço de partilha e de descoberta, um centro cuja programação abrangente – o noise-rock, o jazz exploratório, a electrónica curiosa por novas formas ou as recentes pesquisas rítmicas afrocêntricas, entre muito mais – pretende ser espelho de uma realidade diversa e mostrar-se actuante (podemos dizer activista) nessa mesma realidade. Entre 17 e 21 de Outubro, as Damas lá estarão de portas abertas, como habitualmente. Entre 17 e 21 de Outubro, abrem para celebrar o que foram construindo e o que foi ali frutificando. Durante cinco dias, abram alas para o Brutal Fest.
O festival, de entrada gratuita, como é prática no espaço, arranca esta terça-feira, às 23h, com Ricardo Martins, o baterista que ao longo dos anos vimos em projectos como Lobster, Jibóia, PAPAYA ou Pop Dell’Arte, a apresentar Furacão, o álbum que foi criando e revelando, um tema por mês, ao longo de 2016 e que será editado este ano. Segue-se a estreia de 3I30, trio composto por Pascal Ansell (Panelak, DJ Compound Interest Rates), Violet Lisboa (Techno Widow) e Jari Marjamaki – DJ Cabeça de Cartaz, ou seja, Mestre André (dos Älforjs, colaborador de Jibóia), cuida do bem estar na pista de dança no resto da noite
Dia 21, sábado, o Brutal Fest encerrará com um alinhamento que reflecte a personalidade múltipla do espaço que o acolhe. A partir das 23h, descobriremos o que o americano radicado em Bruxelas McCloud Zicmuse extraiu do regresso a um país, o seu, de que estivera afastado muito tempo. Passé Compose Futur Conditionel, gravado no seio dos Le Ton Mité, colectivo musical reunido por Zicmuse, e editado este ano pela Crammed Discs, é o álbum que nasceu desse choque frontal com uma casa há muito mantida à distância. Le Ton Mité actuam no mesmo dia em que seremos agitados pelo noise rock sem paninhos quentes (é para agitar mesmo) dos Bugs and Rats, trio do Massachusets, e em que DJ Nervoso tratará de dar balanço à pista de dança com a mesma agilidade com que troca as voltas ao kuduro e outras expressões que vem trabalhando a partir da sua base, o bairro da Quinta do Mocho, em Loures.
Quando sábado chegar, já teremos tido direito a um dia de riot grrrl sem nostalgia pelo passado. O presente é agora e é isso que ouvimos nas Clementine de Shelley Barradas e Helena Fagundes, é isso que sentimos ao ouvir a turbulência distorcida das londrinas MDME SPKR (tocam ambas quarta-feira, com DJ set de Maria P a encerrar a noite). Quando sábado chegar, já McCloud Zicmuse terá tido primeira apresentação no Brutal Fest (levará a palco, a solo, The History Of Love USA), na mesma noite, quinta-feira, em que reecontraremos o turbilhão benfazejo dos CAVEIRA (Pedro Gomes, Miguel Abras, Gabriel Ferrandini e Pedro Sousa, acompanhados por Vitor Lopes) – Candy Diaz será a DJ de serviço.
Quando sábado chegar, continuemos, ainda ecoará nos ouvidos a força rítmica dos Black Sea Não Maya (kuduro, tarraxinha e funaná em colisão e recontextualização), a electrónica ambient de Broshuda, fluxo contínuo de som granulado e em lenta mutação, vindo directamente de Berlim, e a viagem percussiva de Serpente, desdobramento mais recente de Ondness.
Quando sábado chegar, já teremos visto tudo isto e ainda faltará uma noite para tudo acabar. Brutal? Brutal, claro.