Igreja vai investigar perfil sexual de candidatos a padres
Bispos vão discutir novo "caderno de encargos" do Vaticano sobre admissão de candidatos a seminaristas. Inclui testes psicológicos, a investigação do seu passado e entrevistas à família e amigos.
"A Igreja não pode admitir aqueles que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundamente radicadas ou apoiam a chamada cultura gay." Para assegurar o cumprimento deste princípio, o Vaticano quer que os candidatos a seminaristas sejam sujeitos a um processo de selecção que inclui testes psicológicos e o escrutínio do seu perfil sexual e do seu passado, revela neste domingo o Jornal de Notícias.
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"A Igreja não pode admitir aqueles que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundamente radicadas ou apoiam a chamada cultura gay." Para assegurar o cumprimento deste princípio, o Vaticano quer que os candidatos a seminaristas sejam sujeitos a um processo de selecção que inclui testes psicológicos e o escrutínio do seu perfil sexual e do seu passado, revela neste domingo o Jornal de Notícias.
A ordem veio do Vaticano, num decreto da Congregação para o Clero intitulado O dom da vocação presbiterial. Trata-se de um documento sobre a reforma do ensino nos seminários, e vai ser discutido daqui a um mês pelos bispos portugueses em Fátima, na assembleia plenária da Conferência Episcopal, e terá de ser obrigatoriamente aplicado em todos os países.
De acordo com o JN, as novas regras estipulam que o candidato deve ser "convidado" a contar se teve problemas psicológicos e quais, e se fez terapia, e também a fazer testes. "Convém que se realize uma avaliação psicológica, seja no momento da admissão ao seminário seja no período sucessivo, quando isso pareça útil aos formadores", diz o documento, que prevê que os candidatos assinem o consentimento para a realização de testes e "perícias psicológicas", cujas regras serão definidas pelas conferências de cada país.
Para além disso, é preciso dar atenção especial ao passado destes candidatos, sobretudo averiguar sobre a sua "idoneidade", a forma como viveu a infância e adolescência, as "influências" da família e a "capacidade de criar relações interpessoais"; e ainda perceber se o candidato não incorreu em "delitos ou situações problemáticas" no âmbito da pedofilia.
Quem devem os examinadores contactar para traçar este perfil? A família, o padre da respectiva paróquia e as "senhoras que conheçam o candidato, integrando na avaliação o olhar e o juízo feminino".
No campo da saúde mental há também princípios estipulados: "Será de evitar a admissão de quantos sofram de patologia, manifesta ou latente (por exemplo, esquizofrenia, paranóia, distúrbio bipolar, parafilias, etc)".