Fogos atacam no Norte e Centro e mobilizam mais de 1000 operacionais
Monção, Seia, Vale de Cambra e Lousã são os concelhos com as piores situações. O vento forte e as temperaturas altas estão a dificultar o combate.
O incêndio que deflagrou no sábado, às 20h21, em Merufe, Monção, encontra-se neste domingo, "completamente descontrolado" e já "consumiu" várias casas, afirma a vice-presidente da câmara, Conceição Soares. Já foi necessário evacuar algumas localidades das freguesias de Barbeita, Bela e Longos Vales, prevendo-se que os idosos de um lar do concelho de Monção também tenham que ser deslocados.
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O incêndio que deflagrou no sábado, às 20h21, em Merufe, Monção, encontra-se neste domingo, "completamente descontrolado" e já "consumiu" várias casas, afirma a vice-presidente da câmara, Conceição Soares. Já foi necessário evacuar algumas localidades das freguesias de Barbeita, Bela e Longos Vales, prevendo-se que os idosos de um lar do concelho de Monção também tenham que ser deslocados.
Mais de 1000 operacionais combatem neste domingo incêndios de grande dimensão em todo o país, sendo os fogos nos distritos de Viana do Castelo, Guarda e Coimbra os que suscitam mais preocupação, segundo a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).
"A nossa prioridade agora é apenas salvar vidas e bens. O fogo está completamente descontrolado. Já tivemos de evacuar vários lugares. O vento é muito forte e leva o fogo de um sítio para o outro. Está muito perigoso”, refere a autarca. Segundo a ANPC, pelas 13h, o incêndio de Monção mobilizava 183 pessoas, 56 viaturas e dois meios aéreos.
Segundo aquela autarca, as habitações que arderam situam-se “nas freguesias de Longos Vales, onde já foram evacuados alguns lugares e em Bela". "Ainda não sabemos quantas casas arderam, nem se eram habitadas ou não", disse, garantindo que "os bombeiros estão a fazer o que podem". Além de Longos Vales e Bela, o incêndio afecta ainda as freguesias de Barbeita e Anhões.
Também em Vale de Cambra, no distrito de Aveiro, o fogo está a consumir sobretudo floresta desde a 7h de hoje, mas já provocou pelo menos sete feridos - cinco bombeiros feridos num acidente em que o auto-tanque capotou, outros dois por queimaduras no combate ao incêndio - e levou seis pessoas às urgências por inalação de fumo e ansiedade. Às 15h estavam no local 200 operacionais e 65 viaturas, mas nenhum meio aéreo.
Evacuações na Lousã
No concelho da Lousã há um incêndio que lavra em três frentes e está a obrigar à evacuação de diversas localidades, disse à Lusa uma fonte da GNR de Coimbra. As povoações evacuadas, às 13h, eram Serpins, Alcaide, Póvoa e Boque, na freguesia de Serpins e em território da União de Freguesia de Lousã e Vilarinho.
A circulação rodoviária está "interdita em várias estradas" da zona, segundo a GNR.
Este incêndio começou às 8h41, próximo de Vilarinho, e às 15h30 estava a ser combatido por 404 operacionais, apoiados por 109 viaturas e três meios aéreos.
Mão criminosa em Seia, acusa autarca
No distrito da Guarda, o concelho de Seia está a ser atingido por dois grandes incêndios, um no Sabugueiro e outro em Sandomil (ambas na encosta oeste do Parque Natural da Serra da Estrela), que já levaram também à evacuação de várias casas dispersas e a EN 17, a chamada Estrada da Beira, está cortada em vários pontos.
O presidente da Câmara de Seia, Carlos Filipe Camelo, disse neste domingo o incêndio que deflagrou de madrugada no Sabugueiro terá mão criminosa. "Mas não o posso afirmar peremptoriamente", mas um incêndio que começa às seis da manhã não acontece por "obra e graça do Espírito Santo". Pelas 15h estavam no combate a este fogo, que começou no Sabugueiro às 10h e que já tinha alastrado ao concelho de Gouveia, 300 bombeiros com 90 carros e um meio aéreo. No de Sandomil, que alastrou entretanto ao município vizinho de Oliveira do Hospital, estavam 120 bombeiros com 35 carros, informava a página da Protecção Civil.
Carlos Filipe Camelo disse ainda que são necessários mais meios para o combate -"queremos sempre mais" -, mas que o dispositivo está a funcionar. "Chegaram agora equipas de Portalegre e de Castelo Branco e já estão a assumir posições". O vento, de acordo com o autarca, está a impedir um combate mais eficaz, sobretudo na actividade dos meios aéreos.