Furacão Ophelia mergulhou ilha do Pico em chuva intensa e sobe para categoria 3

Em apenas cinco horas, caíram 51 litros por metro quadrado de precipitação. Para comparar: em Lisboa, num ano inteiro, cai em média 750 litros por metro quadrado de chuva.

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Imagem de satélite do "Ophelia" feita no dia 11 LUSA/ESA / HANDOUT

O grupo central de ilhas do arquipélago dos Açores está a ser fustigado pelas chuvas que acompanham o trajecto do furacão Ophelia através do Oceano Atlântico. Na ilha do Pico, uma das cinco que compõem o grupo central, em apenas cinco horas caíram 51 litros de água por metro quadrado, disse o meteorologista Carlos Ramalho, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) nos Açores. "Para terem uma ideia, em Lisboa, a precipitação ronda os 750 litros por metro quadrado num ano inteiro. No Pico caíram 51 litros, em apenas cinco horas", sublinha o mesmo responsável, em declarações ao PÚBLICO.

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O grupo central de ilhas do arquipélago dos Açores está a ser fustigado pelas chuvas que acompanham o trajecto do furacão Ophelia através do Oceano Atlântico. Na ilha do Pico, uma das cinco que compõem o grupo central, em apenas cinco horas caíram 51 litros de água por metro quadrado, disse o meteorologista Carlos Ramalho, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) nos Açores. "Para terem uma ideia, em Lisboa, a precipitação ronda os 750 litros por metro quadrado num ano inteiro. No Pico caíram 51 litros, em apenas cinco horas", sublinha o mesmo responsável, em declarações ao PÚBLICO.

Entretanto, o furacão subiu a categoria 3, numa escala de 5, e estava às 15h00 locais a 355 quilómetros a sul dos Açores, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

"O furacão evoluiu para a categoria 3, mas em relação ao grupo oriental do arquipélago [ilhas de Santa Maria e de São Miguel], podemos dizer que se continua a prever vento médio igual ou superior a 65 quilómetros por hora e rajadas superiores a 100 quilómetros por hora", afirmou a meteorologista Elsa Vieira, da delegação regional dos Açores do IPMA, à agência Lusa. 

De acordo com os dados de satélite, os ventos máximos do furacão poderão vir a atingir os 185 quilómetros por hora, com rajadas mais altas.

Apesar de distante dos Açores, o furacão, não vai passar despercebido aos açorianos, sobretudo os que vivem nos grupos central e oriental. As condições mais adversas para o primeiro grupo de ilhas deverão fazer-se sentir até às 18h deste sábado, afirma aquele Carlos Ramalho, salientando que ao início da tarde, as informações disponíveis indicavam que "não houve alteração" substancial das condições referidas no comunicado que o IPMA lançara ao início do dia. Ou seja, o Ophelia continua a deslocar-se no sentido Este/Nordeste, devendo o centro do furacão encontrar-se a 150km por hora da ilha de Santa Maria, no grupo oriental, por volta do final da tarde.

"O furacão não deve perder intensidade apesar de se deslocar para águas mais frias", salienta o mesmo responsável, apontando o facto de que as "condições atmosféricas" tenderão a manter as características do Ophelia. Isto porque o furacão vai interagir "com uma superfície frontal fria", o que poderá vir a transformar o Ophelia numa forte depressão extra-tropical, que estará associada a forte precipitação, explica aquele meteorologista.

Para as ilhas do grupo oriental (Santa Maria e São Miguel), o período mais difícil será entre as 18h - altura em que o IPMA actualizará a informação – e as 24h deste sábado. "Prevê-se precipitação forte (superior a 40 mililítros acumulados em uma hora) e acompanhada de trovoada, vento com rajadas que em São Miguel podem chegar aos 100 quilómetros por hora e em Santa Maria poderão ultrapassar os 100 quilómetros por hora e ondas que podem atingir os seis metros de altura", lê-se por seu lado no boletim emitido nesta manhã pelo IPMA.

Em termos de alertas, o IPMA colocou apenas dois avisos vermelhos (os mais graves) em marcha, um para o grupo oriental, por precipitação forte, entre as 18h e as 24h deste sábado, e para o grupo central, também por precipitação forte, das 12h às 18h. Quanto a ventos, há um alerta laranja para o grupo oriental, em vigor desde as 12h deste sábado e até domingo, às 6h.

O Centro Nacional de Furacões norte-americano divulgou também um comunicado sobre o Ophelia, referindo que este tipo de furacão, e a respectiva intensidade, de categoria 3, é um fenómeno raro junto aos Açores. Este é o sexto maior furacão registado em 2017, diz a mesma nota.

Entre esta noite e domingo espera-se um enfraquecimento gradual do furacão, sendo que o Ophelia manter-se-á um “poderoso ciclone com ventos de furacão” nos próximos dias e enquanto se dirige para a Irlanda.