PSD marca debate sobre relatório de Pedrógão e terá a MAI no Parlamento

Sociais-democratas querem discutir no Parlamento o conteúdo do relatório divulgado pela comissão independente. Gabinete da ministra primeiro negou presença, depois confirmou que Constança Urbano de Sousa estará presente.

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Daniel Rocha

O PSD acabou de marcar um debate de actualidade para amanhã de manhã, sexta-feira, sobre as conclusões do relatório da comissão técnica independente aos acontecimentos dos incêndios da região de Pedrógão Grande, entre 17 e 24 de Junho, confirmou ao PÚBLICO o líder da bancada parlamentar social-democrata, Hugo Soares.

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O PSD acabou de marcar um debate de actualidade para amanhã de manhã, sexta-feira, sobre as conclusões do relatório da comissão técnica independente aos acontecimentos dos incêndios da região de Pedrógão Grande, entre 17 e 24 de Junho, confirmou ao PÚBLICO o líder da bancada parlamentar social-democrata, Hugo Soares.

O pedido tem natureza potestativa (obrigatória) e contará com a presença da ministra da Administração Interna na bancada do Governo mas o gabinete de Constança Urbano de Sousa não confirma que será acompanhada por algum dos seus secretários de Estado.

Num primeiro momento, a assessoria de imprensa da MAI começou por garantir ao PÚBLICO que "não ia ninguém [ao debate], com toda a certeza", apesar de Constança Urbano de Sousa só ter em agenda questões "internas" do ministério. E remeteu o assunto para o gabinete do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, que costuma substituir os outros membros do Governo nestas ocasiões. Mas mais tarde o gabinete da MAI acabou por confirmar a presença da ministra.

Esta quinta-feira à tarde, o deputado social-democrata Carlos Abreu Amorim considerou que com as conclusões do relatório fica "tecnicamente provado" que o Estado "falhou" na actuação em Pedrógão Grande e que a responsabilidade é da ministra da Administração Interna e do primeiro-ministro que, depois de todo este tempo, a mantém ainda em funções.

Ainda assim, o deputado disse que o seu partido "não pede a demissão" de Constança Urbano de Sousa, mas vincou que a ministra "está completamente desconsiderada" e que o "poder político" deve saber tirar as suas conclusões - em especial o primeiro-ministro que a mantém em funções. "A senhora ministra da Administração Interna falhou, o sistema de prevenção falhou, o sistema de combate falhou."

Já o CDS, que foi sempre mais directo na questão, voltou a insistir na necessidade da demissão da ministra. "Acho que perante este relatório, e perante até as respostas do senhor primeiro-ministro, a senhora ministra da Administração Interna já está demitida, só não sabe é quando", disse o líder parlamentar Nuno Magalhães em declarações aos jornalistas na AR, citado pela Lusa.

E o PCP foi bastante cauteloso: o deputado João Ramos remeteu um comentário às conclusões do relatório para depois da avaliação que o grupo parlamentar comunista vai ainda fazer e realçou que o partido "não se pronuncia relativamente a pessoas, mas sim a políticas" e que "não costuma pedir cabeças deste ou daquele". "O que vimos defendendo ao longo dos anos são medidas para resolver os problemas apontados", como nas áreas do planeamento e da gestão florestais, apontou João Ramos à Lusa.

 

Notícia actualizada com a confirmação da presença da ministra no Parlamento