Barnier confirma "impasse" nas negociações mas acredita em avanços até Dezembro
Negociador europeu confirma que não foram feitos "progressos suficientes" com o Reino Unido. Davis ainda acredita que Conselho Europeu pode autorizar Barnier a começar a negociar o futuro das relações.
Michel Barnier, o principal negociador europeu para o “Brexit, revelou que as duas partes chegaram a “um impasse” nas discussões sobre os compromissos financeiros assumidos no passado pelo Reino Unido – uma das três questões essenciais da primeira fase de negociações. Barnier vai, por isso, comunicar ao Conselho Europeu, que se reúne na próxima semana, que não foram ainda feitos os “progressos suficientes” que permitiriam aos restantes 27 Estados-membros aceitar a pretensão britânica de começar a discutir o futuro das suas relações.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Michel Barnier, o principal negociador europeu para o “Brexit, revelou que as duas partes chegaram a “um impasse” nas discussões sobre os compromissos financeiros assumidos no passado pelo Reino Unido – uma das três questões essenciais da primeira fase de negociações. Barnier vai, por isso, comunicar ao Conselho Europeu, que se reúne na próxima semana, que não foram ainda feitos os “progressos suficientes” que permitiriam aos restantes 27 Estados-membros aceitar a pretensão britânica de começar a discutir o futuro das suas relações.
Quando as negociações arrancaram, em Junho, as duas partes acreditavam que até Outubro haveria avanços suficientes nas três questões relativas à saída britânica que os europeus consideram essencial acordar antes de passar à segunda fase – direitos dos cidadãos europeus residentes no Reino Unido e dos britânicos residentes na UE, a questão da fronteira entre as duas Irlandas e as contribuições para os cofres da UE que o Reino Unido assumiu enquanto Estado-membro.
Esse marco tornou-se cada vez mais difícil de atingir, perante a recusa britânica em revelar, nesta fase das negociações, quais os compromissos a que se considera legalmente vinculada e face à insistência europeia que não será possível discutir o futuro sem que haja avanços suficientes nos temas do divórcio.
Na conferência final da quinta ronda de negociações – a última antes da cimeira de dia 19 – Barnier considerou ser “muito perturbador” o impasse nas negociações financeiras, mas disse acreditar que, “se houver vontade política” da parte do Reino Unido será possível conseguir avanços “decisivos” nas próximas semanas – sugerindo que uma decisão poderá ser tomada, o mais tardar, na cimeira europeia de Dezembro.
Por seu lado, David Davis, o ministro britânico para o “Brexit” não se deu por vencido. Disse que o Governo britânico acredita que, apesar da avaliação feita por Barnier, o Conselho Europeu vaio reconhecer o momento criado pelo discurso da primeira-ministra britânica, Theresa May, em Florença e dar ao negociador um mandato mais flexível que lhe permita começar as discussões sobre um período de transição ou as bases de um futuro acordo comercial.