Lisboa terá um plano com medidas para poluição do ar até ao final do ano
Governo espera que o documento passe a ser a referência de conduta relativamente a este tipo de problemas.
Lisboa e Vale do Tejo terá, até ao final do ano, um plano para situações de poluição do ar, estando a ser ponderadas medidas como inibição de entrada de veículos na capital, afirmou, esta quinta-feira, fonte do Governo.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Lisboa e Vale do Tejo terá, até ao final do ano, um plano para situações de poluição do ar, estando a ser ponderadas medidas como inibição de entrada de veículos na capital, afirmou, esta quinta-feira, fonte do Governo.
"Estamos em véspera de ter aprovado na CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional] de Lisboa e Vale do Tejo, um plano orientado para esse tipo de [ações], ou seja, conforme a criticidade da situação [de poluição do ar], assim sejam adaptadas um conjunto de medidas, sobretudo para a cidade de Lisboa", disse à agência Lusa o secretário de Estado do Ambiente.
Carlos Martins referiu estar convicto que, "até final do ano, o plano estará aprovado e passará a ser a referência de conduta relativamente a este tipo de problemas".
Entre as medidas previstas no plano, está a possibilidade de "inibir os veículos de irem para determinadas zonas da cidade, inibir mesmo a sua entrada, reduzir o número de veículos através das matrículas ou através do combustível que consomem", explicou o governante.
"O plano está em vias de ser aprovado e passar a ser uma referência para a política do ar em Portugal, esperamos que essas medidas possam ser levadas a outras cidades", num desafio em conjugação com os municípios, acrescentou.
Esta é uma das decisões do Governo, que também já aprovou uma estratégia nacional para a qualidade do ar e iniciou a modernização da rede de recolha de dados para controlar as situações de poluição atmosférica, com um investimento superior a dois milhões de euros, através do Fundo Ambiental e de fundos das cinco CCDR.
A avenida da Liberdade, em Lisboa, registou excedências do valor máximo permitido em dois poluentes, na terça e quarta-feira, revelou a Zero, que defende a necessidade de avisar a população, mas também de avançar medidas preventivas, como restringir o trânsito.
Com condições climatéricas excepcionais, com vento fraco, temperaturas elevadas, pouca dispersão de poluentes e mais tráfego, há concentração de partículas finas ou dióxido de azoto que afectam a saúde, principalmente, a dos grupos mais frágeis.
"Foram identificadas, em Portugal, duas situações com alguma criticidade, alguns eixos centrais de Lisboa e Porto, sempre associados à questão do transporte e aos veículos e também há uma ou outra situação ligada à questão do ozono, que tem muito a ver com as situações climáticas", apontou o secretário de Estado do Ambiente.
Este ano, "tivemos uma situação adversa dos incêndios, que veio perturbar um pouco a qualidade do ar", acrescentou.
Por isso, "em conjugação com a saúde [fizemos sair] um aviso à população para ser mais cuidadosa, para ter medidas que possam minimizar a exposição a essa situação", disse ainda Carlos Martins.
Através da Direção-Geral da Saúde (DGS), as autoridades alertaram para "uma persistência das condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos poluentes, nos próximos dias, com efeitos adversos na qualidade do ar e a ocorrência de eventos naturais de partículas nas regiões do Alentejo e Algarve".