Lufthansa ganha terreno na Alemanha ao comprar grande parte da Air Berlin
A Air Berlin apresentava prejuízo desde 2008. Depois de ter perdido o apoio financeiro do seu principal accionista este ano, a transportadora deixa agora de existir ao ser adquirida pela rival Lufthansa.
Depois de a alemã Air Berlin ter aberto um processo de insolvência em Agosto, é agora anunciada a compra de grande parte da companhia pela Lufthansa: serão adquiridos 81 aviões e mais de um terço dos trabalhadores daquela que era a segunda maior transportadora aérea alemã, fazendo com que a Lufthansa reforce a sua presença no céu da Alemanha.
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Depois de a alemã Air Berlin ter aberto um processo de insolvência em Agosto, é agora anunciada a compra de grande parte da companhia pela Lufthansa: serão adquiridos 81 aviões e mais de um terço dos trabalhadores daquela que era a segunda maior transportadora aérea alemã, fazendo com que a Lufthansa reforce a sua presença no céu da Alemanha.
“Hoje é um grande dia”, anunciou o presidente da Lufthansa, Carsten Spohr, depois de ter formalizado a compra da transportadora rival. A Lufthansa comprará 81 aeronaves (das 130 que operam) e empregará cerca de três mil trabalhadores (de um total de oito mil) da Air Berlin. A imprensa alemã, como o Die Welt e o Der Spiegel, refere que a compra se fixará em 210 milhões de euros, mas nenhuma das partes do acordo confirmou a quantia. As acções de ambas as empresas subiram após o anúncio da venda.
No início desta semana, a Air Berlin já tinha informado que os voos da companhia cessarão, até 28 de Outubro, escreve a Reuters e avisou os trabalhadores que não migrarão para outras companhias como parte da compra que deveriam começar a procurar emprego noutros locais.
Desde 2008 que a transportadora aérea germânica apresentava prejuízo (à excepção de 2012, em que registou um aumento ligeiro). A situação foi-se agravando e no ano passado, a companhia registou uma perda de 782 milhões de euros.
A abertura do processo de insolvência aconteceu depois do accionista maioritário da companhia alemã (a Etihad Airways, dos Emirados Árabes Unidos) ter declarado que não continuaria a prestar apoio financeiro; os voos programados até este mês só não foram cancelados devido a um empréstimo de emergência do Governo alemão, num valor de 150 milhões de euros. Já nessa altura, a Lufthansa afirmara que estava em negociações com a Air Berlin, o que permitiria contratar pessoal.
A Lufthansa passa, assim, a ser a principal companhia no país, o que já motivou algumas críticas por parte da Ryanair, que considera que o negócio não permite que a transportadora irlandesa cresça em solo alemão. A recente aquisição inclui a subsidiária low cost Niki, ainda que esta não faça parte do processo de insolvência.
“Estamos contentes por termos encontrado um sócio forte como o grupo Lufthansa”, disse em comunicado o director-geral da Air Berlin, Frank Kebekus, realçando a rapidez do acordo que permitirá que muitos funcionários não percam os seus empregos. Mas nem tudo fica por aqui: as negociações prosseguem com outras transportadoras, como a companhia de baixo custo britânica easyJet, que pretende adquirir cerca de 30 aviões da transportadora insolvente alemã.