Galerias e fotógrafos portugueses de regresso à Paris Photo

As galerias Carlos Carvalho e Filomena Soares vão voltar a participar na feira internacional de fotografia Paris Photo, de 9 a 12 de Novembro, no Grand Palais

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A Paris Photo terá lugar no Grand Palais, com Karl Lagerfeld, director artístico da Chanel, como convidado de honra DR

Na 21.ª edição da Paris Photo, que vai contar com 190 expositores de 30 países, a Galeria Carlos Carvalho vai expor trabalhos dos artistas portugueses Carla Cabanas, Tatiana Macedo e Daniel Blaufuks, e do americano Anthony Goicolea. "É uma grande visibilidade mundial para a galeria e para os artistas que nós representamos. Para os artistas em geral, para os portugueses em particular e, ainda mais em particular, para os mais jovens, é absolutamente imprescindível estarem presentes nestas grandes montras internacionais. A Paris Photo é, de facto, a primeira ou segunda montra mundial no que concerne a fotografia", disse à Lusa Carlos Carvalho.

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Na 21.ª edição da Paris Photo, que vai contar com 190 expositores de 30 países, a Galeria Carlos Carvalho vai expor trabalhos dos artistas portugueses Carla Cabanas, Tatiana Macedo e Daniel Blaufuks, e do americano Anthony Goicolea. "É uma grande visibilidade mundial para a galeria e para os artistas que nós representamos. Para os artistas em geral, para os portugueses em particular e, ainda mais em particular, para os mais jovens, é absolutamente imprescindível estarem presentes nestas grandes montras internacionais. A Paris Photo é, de facto, a primeira ou segunda montra mundial no que concerne a fotografia", disse à Lusa Carlos Carvalho.

O proprietário da galeria que vai participar pela quinta vez na feira avançou que uma das fotografias de Tatiana Macedo foi escolhida pelo convidado de honra deste ano, o director artístico da Chanel, e também fotógrafo, Karl Lagerfeld, para integrar um livro editado pela Steidl e que vai ser apresentado na Paris Photo.

Carlos Carvalho afirmou, ainda, que o trabalho de Anthony Goicolea vai integrar o percurso de melhores obras escolhidas pela colecção de arte da JPMorgan Chase, uma selecção de 20 imagens, "entre milhares de fotografias", depois de, no ano passado, a instituição já ter distinguido um trabalho de Daniel Blaufuks.

A "visibilidade" é o principal objetivo da participação na Paris Photo, descrita pelo galerista como uma "feira cara e difícil porque tem uma grande concorrência". E que não dá lucro – por enquanto –, mas dá contactos e clientes. "As obras portuguesas, em geral, são muito mais baratas do que a concorrência. Ao vendermos uma peça a 1500 euros de uma artista como a Carla Cabanas, por exemplo, estamos às vezes a concorrer com artistas que vendem as peças a 150 mil ou 100 mil ou 50 mil euros. Nós precisamos de vender muitas peças para pagar o stand. Por isso, desta vez introduzimos o Anthony Goicolea, que é um artista internacional que vende já um pouco mais caro", acrescentou.

Por seu lado, a Galeria Filomena Soares vai expor obras dos portugueses Helena Almeida, João Penalva, Pedro Barateiro, Didier Faustino, Rodrigo Oliveira e do americano Slater Bradley, tendo uma obra de Helena Almeida sido, também, seleccionada para o percurso da colecção de arte da JPMorgan Chase.

O director da galeria, Manuel Santos, indicou à Lusa que está com "grande convicção de que vai ser uma boa feira" face aos últimos dois anos, porque a edição de 2015 foi obrigada a fechar devido aos atentados de 13 de Novembro em Paris e a edição de 2016 coincidiu com o aniversário dos ataques, o que "prejudicou muito a feira".

Este ano, a Paris Photo tem como convidado de honra Karl Lagerfeld, que começou o seu trabalho de fotografia em 1987 e que já foi galardoado com o Prémio de Cultura da Deutsche Gesellschaft für Photographie e o ICP Trustee Award do International Center of Photography.

Entretanto, na Offprint Paris

Paralelamente à Paris Photo, vai decorrer de 9 a 12 de Novembro, na Escola de Belas Artes da capital francesa, a oitava edição do Offprint Paris, um salão de editoras de livros de fotografia, arte contemporânea e design, em que vão participar 140 editoras independentes de 19 países, nomeadamente duas portuguesas, a Pierre Von Kleist e a Ghost Editions.

Paris vai também acolher, de 9 a 13 de Novembro, o Salon de la Photo, uma feira de material fotográfico, que vai acontecer no parque de exposições da Porta de Versalhes, na qual vão estar, pelo menos, três empresas portuguesas.

A Ghost Editions vai participar pela sexta vez na Offprint e vai levar, além dos livros que já editou, três títulos novos, nomeadamente Productivity (Studio Rehearsals), do artista visual e performer Ramiro Guerreiro, IÉ-IÉ e Eu Fotografo-te a fotografá-lo a fotografar-me dos fundadores da editora Patrícia Almeida e David-Alexandre Guéniot.

Eu Fotografo-te a fotografá-lo a fotografar-me baseia-se num "dispositivo-jogo que reúne três jogadores munidos de uma câmara fotográfica e que se fotografam uns os outros", explicou à Lusa David-Alexandre Guéniot. Ié-Ié, também de Patrícia Almeida e David-Alexandre Guéniot, relata, a partir de artigos e fotografias de imprensa de época, o Grande Concurso de Música Ié-Ié, que reuniu 72 conjuntos musicais no Teatro Monumental em Lisboa, entre 1965 e 1966, fazendo "emergir, num contexto da ditadura e de guerra colonial, uma geração confrontada com novas aspirações socioculturais suportadas pela música, o cinema e a moda".

Productivity (Studio Rehearsals), de Ramiro Guerreiro, apresenta fotografias de performances, nunca apresentadas em público e criadas de propósito para a publicação, sob a forma de cartazes, "possibilitando ao leitor 'assistir' às performances mas também expô-las", acrescentou David-Alexandre Guéniot. O fundador da Ghost Editions sublinhou que a Offprint Paris é, a par da New York Art Book Fair, "um dos maiores eventos internacionais dedicado ao livro de artista e às novas tendências bibliófilas no campo do design, da fotografia, das artes visuais, das revistas".

"Passam pela feira milhares de pessoas, não só compradores mas também jornalistas, críticos, colecionadores, responsáveis de instituições culturais, artistas ou ainda estudantes em arte, do mundo inteiro, EUA, Japão, Coreia, Europa, Austrália. Assim, a feira não é só um mercado para vender mas também a oportunidade para divulgar as nossas publicações e cruzar os públicos que se podem interessar pelo nosso catálogo", concluiu.

A Pierre von Kleist, dirigida pelos fotógrafos José Pedro Cortes e André Príncipe, vai apresentar dois livros de artistas japoneses: Okinawa, de Keiko Nomura, com imagens sobre a ilha de Okinawa no Japão, e Concrete Octopus, de Osamu Kanemura, co-editado com a editora japonesa de livros de fotografia Osiris.