Há um novo regulamento para a avaliação de centros de investigação
Avaliação anterior gerou críticas fortes da comunidade científica.
O ministro da Ciência, Manuel Heitor, garantiu esta quarta-feira que o novo regulamento para avaliação dos centros científicos é “ambicioso” e tem “moldes radicalmente distintos” do anterior, sendo mais simples e orientado para cumprir a política científica do Governo de “criar emprego”.
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O ministro da Ciência, Manuel Heitor, garantiu esta quarta-feira que o novo regulamento para avaliação dos centros científicos é “ambicioso” e tem “moldes radicalmente distintos” do anterior, sendo mais simples e orientado para cumprir a política científica do Governo de “criar emprego”.
Em Braga, para a inauguração do Instituto de Ciência e Inovação para a Bio-sustentabilidade (IB-S) da Universidade do Minho, Manuel Heitor salientou que a possibilidade que aquele regulamento dá às unidades científicas de se “reorganizarem” surge “propositadamente em simultâneo” com a oportunidades de as instituições científicas formarem laboratórios colaborativos com unidades empresariais.
“O regulamento está já publicado, é um regulamento ambicioso, as regras finais são publicadas até ao final da semana e vêm garantir que o processo de avaliação das unidades [de investigação] terá moldes radicalmente distintos daquele que foi feito em 2013, simplificando o processo, dando abertura a novas áreas, sobretudo a áreas temáticas de uma forma que possamos garantir o contacto real e efectivo entre avaliados e avaliadores”, afirmou o ministro da Ciência.
O último processo de avaliação dos centros de investigação, levada a cabo pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia no anterior Governo de Pedro Passos Coelho, levantou um coro de críticas à sua qualidade e forma como decorreu.
Manuel Heitor disse ainda esperar um “amplo debate nos próximos meses” sobre a “possibilidade que foi dada para a reorganização das unidades”, salientando que aquela possibilidade não é dada agora por acaso. “Surge propositadamente em simultâneo com a oportunidade que estamos a dar às próprias instituições formando também com as empresas laboratórios colaborativos.”
A importância dos laboratórios colaborativos, que têm no IB-S um “excelente exemplo” segundo o ministro, percorreu todo o discurso de Manuel Heitor porque, disse, vão ao encontro dos objectivos do Governo para a ciência. “A nossa política científica tem um objectivo, o de criar emprego em Portugal. Os centros [de investigação] têm de ser para a produção de conhecimento, os laboratórios colaborativos tem que ser para a criação de emprego e essa é a necessidade que temos de diversificar a organização do sistema científico e a organização das empresas.”
O IB-S resulta de uma parceria entre o Centro de Biologia Molecular e Ambiental e o Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Estruturas de Engenharia, tendo tido um custo total de sete milhões de euros (5,6 milhões dos quais de apoio comunitário). Está dividido em duas valências, uma em Braga e outra em Guimarães: enquanto a unidade bracarense acolhe laboratórios para ciências biológicas, biodiversidade, biotecnologia e ecologia, a de Guimarães centra-se nas ciências dos materiais, produção e gestão de energia, sensores, conservação e reabilitação do ambiente construído.