Porto entre os cinco favoritos na corrida para a Agência Europeia do Medicamento
Estudo encomendado pela Associação Comercial do Porto coloca a cidade portuguesa entre "top performers" para a relocalização da agência, a par de Amesterdão, Copenhaga, Estocolmo e Viena.
É uma óptima classificação, mas resta saber que peso vai ter neste campeonato tão renhido: o Porto está entre as cinco cidades favoritas para receber a Agência Europeia do Medicamento (EMA, sigla em inglês), num estudo encomendado pela Associação Comercial do Porto (ACP) a uma consultora internacional e que foi apresentado esta terça-feira. A cidade surge a par de Amesterdão, Copenhaga, Estocolmo e Viena na lista dos destinos favoritos para acolher a agência reguladora europeia que vai deixar Londres na sequência do Brexit.
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É uma óptima classificação, mas resta saber que peso vai ter neste campeonato tão renhido: o Porto está entre as cinco cidades favoritas para receber a Agência Europeia do Medicamento (EMA, sigla em inglês), num estudo encomendado pela Associação Comercial do Porto (ACP) a uma consultora internacional e que foi apresentado esta terça-feira. A cidade surge a par de Amesterdão, Copenhaga, Estocolmo e Viena na lista dos destinos favoritos para acolher a agência reguladora europeia que vai deixar Londres na sequência do Brexit.
“O Porto é uma cidade fervilhante e competitiva, está nos cinco primeiros, no top 5”, sublinhou Nuno Botelho, presidente da ACP. As cinco cidades foram classificadas como “top performers” (entre as 19 candidatas) neste trabalho de avaliação que a própria consultora admitiu revestir-se de uma “inultrapassável dose de subjectividade”. Do lado oposto, designadas como “candidaturas não adequadas”, aparecem Bucareste, Malta, Sófia e Varsóvia.
Efectuado pela Ernst & Young, o estudo A posição do Porto no processo de relocalização da EMA indica que a cidade portuguesa obteve pontuação máxima em quatro das seis dimensões avaliadas: as condições dos espaços propostos, a integração dos 890 funcionários e suas famílias, a garantia de um processo de transição eficaz e tranquilo, e ainda o critério que leva em conta o número de agências europeias descentralizadas.
Os principais pontos fracos do Porto são as acessibilidades e as ligações aéreas e a oferta de escolas internacionais e universidades para os filhos dos funcionários da EMA também não merece a pontuação máxima. Neste último critério, só Copenhaga e Estocolmo se destacam.
"Primeira liga europeia"
Seja como for, sintetizou um dos autores do estudo, Hermano Rodrigues, o Porto “destaca-se pelo equilíbrio da candidatura”, uma vez que figura “sempre entre o primeiro e o segundo campeonato em todos os critérios”. Para chegar à classificação final, foi feita uma média simples, explicou o economista, que fez questão de esclarecer que a classificação se baseou numa lógica “de rating e não de ranking”.
Para Ricardo Valente, representante da Câmara do Porto na comissão de candidatura, não restam dúvidas: este estudo demonstra “que o Porto faz parte de uma primeira liga europeia”. Esta é “a única candidatura com luz verde para as três localizações propostas”, frisou.
Na avaliação divulgada em 30 de Setembro, os três edifícios propostos pelo Porto - Palácio Atlântico, Palácio dos Correios e novas instalações na Avenida Camilo - não cumpriam os requisitos, mas o também vereador da Câmara Municipal assegura que a informação detalhada sobre as instalações foi apresentada a Bruxelas e tudo ficou esclarecido.
O problema das ligações aéreas do Porto a outras capitais europeias é igualmente “resolúvel”, acredita Ricardo Valente, que nota que o aeroporto “tem capacidade de expansão para um aumento da oferta” até aos 20 mil passageiros por ano.
Segue-se agora todo um trabalho de lobbying, até à decisão final em Novemrbo, trabalho este que está a ser conduzido pelo secretário de Estado dos Assuntos Europeus e pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, através da rede de diplomatas.
Um dos representantes da Câmara do Porto na comissão de candidatura, o ex-secretário de Estado da Saúde Eurico Castro Alves, prometeu que se irá avançar com ideias “fora da caixa” nos próximos dias. O que caiu por terra foi a intenção de trazer ao Porto os funcionários da EMA numa operação de charme, porque a agência considerou que haveria conflito de interesses.
Funcionários preferem outras cidades
Contra o Porto perfila-se já uma avaliação pedida pela indústria farmacêutica, que concluiu que a candidatura de Copenhaga é a que oferece melhores condições aos agentes do sector. A candidatura do Porto aparece nos últimos lugares, com Malta, Bucareste e Sófia atrás. Este estudo foi pedido pela Federação Europeia da Indústria Farmacêutica (EFPIA) e publicado no site Politico.
Quanto ao relatório da própria EMA - que analisou as 19 candidaturas e foi conhecido no final de Setembro -, a avaliação feita pelos 890 funcionários não colocou o Porto entre os favoritos. Mas, mesmo assim, mais de metade dos funcionários disse ver com agrado uma eventual mudança para o a cidade portuguesa, com as condições de assistência médica, segurança social e acesso ao mercado de trabalho para as famílias a merecerem nota máxima.
As cidades preferidas pelos funcionários são Amesterdão, Barcelona, Copenhaga, Milão e Viena. O Porto surge empatado com Bona, Bruxelas, Dublin e Lille, com entre 50% a 65% dos funcionários a mostrarem-se dispostos a mudar-se para estas cidades. As piores classificadas são Atenas, Bucareste, Helsínquia, Estocolmo, Malta, Bratislava, Sófia, Varsóvia e Zagreb.