Índice de envelhecimento aumentou em 95% dos municípios entre 2011 e 2016
Apenas 15 dos 308 concelhos do país registaram um decréscimo no índice de envelhecimento, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística
O índice de envelhecimento aumentou, entre 2011 e 2016, em 95% dos municípios portugueses e apenas 15 dos 308 concelhos do país registaram um decréscimo, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), revelados nesta segunda-feira.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O índice de envelhecimento aumentou, entre 2011 e 2016, em 95% dos municípios portugueses e apenas 15 dos 308 concelhos do país registaram um decréscimo, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), revelados nesta segunda-feira.
De acordo com a 5.ª edição do Retrato Territorial de Portugal, publicação bienal do INE, o agravamento do índice de envelhecimento naquele período atingiu, sobretudo, municípios das sub-regiões do Interior Norte (Alto Tâmega, Terras de Trás-os-Montes e Douro) e Centro (Beiras e Serra da Estrela, Beira Baixa e Médio Tejo), com destaque para Almeida (Guarda), Vila de Rei, Oleiros e Penamacor (Castelo Branco) e Castanheira de Pera (Leiria), “que registaram um aumento em mais de 100 idosos por 100 jovens”.
Em sentido contrário, os 15 municípios onde se registou um decréscimo do índice de envelhecimento localizam-se no Alentejo (oito), dois no Interior Norte, dois no Algarve, dois na Região Autónoma dos Açores e ainda o município de Lisboa.
Em 2016, de acordo com o INE, 17 das 25 sub-regiões do país tinham um índice de envelhecimento acima da média nacional (150,9 idosos por cada 100 jovens) e 11 apresentavam um índice de envelhecimento “acentuado, com valores acima de 200 idosos por cada 100 jovens”.
O INE sustenta ainda que, no ano passado, o índice de envelhecimento “era mais elevado nos territórios rurais do que nos territórios urbanos, sendo esta assimetria mais acentuada nas sub-regiões Beira Baixa e Terras de Trás-os-Montes”.
O envelhecimento demográfico era mais acentuado nas áreas predominantemente rurais (282 idosos por cada 100 jovens), mais do dobro do registado nas áreas predominantemente urbanas (132).
A assimetria entre territórios rurais e urbanos “revelava-se mais intensa” nas sub-regiões da Beira Baixa (682 para 125), Terras de Trás-os-Montes (563 para 136), Alto Tâmega (446 para 170) e Beiras e Serra da Estrela (423 para 160), sublinha o INE.
Os dados apontam ainda para uma maior concentração da população no litoral do país (nomeadamente nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto por oposição ao interior do continente), sendo que o INE revela que a densidade populacional em territórios predominantemente urbanos “era 19 vezes superior à verificada em áreas rurais”.
Os mesmos dados revelam que, entre 2011 e 2016, “apenas 34 municípios registaram uma evolução positiva da população”, que variou entre uma taxa anual média de 0,001% (Lagoa, no Algarve) e de 1,42% (Arruda dos Vinhos, na região Oeste).
Em 15 dos 34 municípios - Alcochete, Amadora, Cascais, Loures, Mafra, Montijo, Odivelas, Oeiras, Seixal, Sesimbra e Vila Franca de Xira (Área Metropolitana de Lisboa), Benavente (Médio Tejo), Valongo (Área Metropolitana do Porto), Entroncamento (Lezíria do Tejo) e Santa Cruz (Região Autónoma da Madeira) - a evolução positiva da população resultou de taxas de crescimento natural e migratório “simultaneamente positivas”.