Catalunha: Vargas Llosa diz que Puigdemont é um "golpista"
Quase um milhão de pessoas nas ruas de Barcelona para dizer “Basta!” e pedir a união de Espanha.
Centenas de milhares de pessoas — 950 mil segundo os organizadores, 350 mil na versão da polícia — manifestaram-se este domingo em Barcelona pela unidade de Espanha e pela Constituição.
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Centenas de milhares de pessoas — 950 mil segundo os organizadores, 350 mil na versão da polícia — manifestaram-se este domingo em Barcelona pela unidade de Espanha e pela Constituição.
À hora prevista para o início da marcha, 12h (menos uma em Lisboa), já a praça Urquinaona estava a abarrotar de gente com bandeiras de Espanha. Convocada pela Societat Civil Catalana (SCC), deu voz aos catalães que se consideram silenciados pelo processo que conduziu ao referendo de dia 1 de Outubro, declarado ilegal pelo Tribunal Constitucional e que deu origem a vários momentos de violência.
Sob o lema “Basta! Vamos recuperar o bom senso”, a organização especificou a intenção de sair da Urquinaona e avançar pela via Laietana, terminando junto à Estació de França.
Foi ali que alguns participantes discursaram, entre eles o peruano que já venceu o Prémio Nobel da Literatura Mario Vargas Llosa. O escritor, diz o El País, atacou a “paixão nacionalista”, chamou “golpistas” a Carlos Puigdemont (presidente do governo autonómico), a Oriol Junqueras (vice-presidente) e a Carme Forcadell (presidente do parlamento de Barcelona). Afirmou que a “conjura independentista não destruirá 500 anos de História” de unidade de Espanha nem a converterá num país “terceiromundista”.
A direcção do Partido Popular (no poder em Madrid, Mariano Rajoy é o presidente do Governo), juntou-se à marcha — participaram muitas centenas de pessoas de fora da Catalunha, entre elas a presidente da comunidade de Madrid, Cristina Cifuentes, e a ministra da Saúde, Dolors Montserrat. Também foram a Barcelona os líderes do Cidadãos, Albert Rivera e Inés Arrimadas.
O vice-presidente da SCC, José Domingo, pediu a Puigdemont que “não cometa a insensatez e a provocação” de declarar a independência e pediu-lhe que “recupere o senso comum”. Explicou que esta manifestação pretendeu “dar visibilidade à outra Catalunha que existe”.