O designer skater e as jóias em forma de armadura no arranque da ModaLisboa
No segundo dia da ModaLisboa, o primeiro de desfiles, houve apresentações ao ar livre e um concurso de jovens talentos.
Os desfiles da ModaLisboa arrancaram esta sexta-feira com apresentações abertas ao público e o concurso de jovens talentos Sangue Novo. David Pereira mostrou ao júri uma colecção de memórias dos anos que viveu em Paris e levou para casa o prémio Moda Lisboa.
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Os desfiles da ModaLisboa arrancaram esta sexta-feira com apresentações abertas ao público e o concurso de jovens talentos Sangue Novo. David Pereira mostrou ao júri uma colecção de memórias dos anos que viveu em Paris e levou para casa o prémio Moda Lisboa.
Não fosse o mote da 49.ª edição da ModaLisboa a luz, foi precisamente ao ar livre que aconteceram os primeiros dois desfiles da estação Primavera/Outono 2018. Pela primeira vez, a organização decidiu abrir ao público a entrada em algumas das apresentações, que decorrem no jardim à volta do Pavilhão Carlos Lopes, no Parque Eduardo VII. Quem por aí passou pôde ver as colecções de Patrick de Pádua e Duarte (da criadora Ana Duarte).
Durante o fim-de-semana há mais seis desfiles de entrada livre programados. Pode consultar o horário aqui.
Pelo final da tarde, as apresentações prosseguiram na sala de desfiles, com o Sangue Novo – uma competição com dez novos talentos. O prémio ModaLisboa foi entregue a David Pereira, um jovem designer formado em Paris (na ESMOD-ISEM), que regressou há um ano e trabalha actualmente na empresa têxtil TMR Fashion Clothing. "Trabalho muito com memórias", conta ao PÚBLICO nos bastidores, recordando os tempos de Paris, em que vivia entre "entre dois mundos": o do luxo – sendo que colaborou para marcas como Vivienne Westwood – e o da rua, onde andava de skate.
A colecção reflecte essa dualidade, com uma "mistura de códigos" aplicado a "técnicas de luxo". Além do valor monetário (de 5000 euros) do prémio, o criador recebeu entrada num curso de Verão da Domus Academy, em Milão – e participação na próxima edição do Sangue Novo. A organização atribuiu menções honrosas a três outros designers – Filipe Augusto, Rita Afonso e Rita Sá – que recebem também convite para a próxima edição.
Filipe Augusto, por sua vez, foi vencedor do prémio FashionClash e irá representar Portugal na próxima edição do festival de moda holandês, em Maastricht, em Junho de 2018. Rita Afonso recebeu o prémio The Feeting Room. A colecção que apresentou vai ser produzida e vendida nas lojas The Feeting Room de Lisboa e Porto.
O dia prosseguiu com Kolovrat, que partiu da ideias do rituais: como eram nos primórdios e como são agora – "muito mais funcionais" e menos ligados ao resto da sociedade, explica a criadora. "O desfile deve ser encarado como um reality show que abrange vários tipos de pessoa", avisa no comunicado da colecção. O resultado: peças assimétricas, casacos que abrem nas costas e misturas de diferentes proporções.
Valentim Quaresma – conhecido pelos acessórios arrojados que desenha – apresentou uma colecção em tons predominantemente de preto e dourado, com grandes argolas entrelaçadas no cabelos e peças para a cabeça e tronco a fazer lembrar armadura. Por sua vez, Ricardo Preto trocou os habituais tons neutros por uma paleta de cores viva e apresentou uma colecção ecléctica em amarelos, vermelhos, e tons de terra. Entre "silhuetas trapézio" e "tecidos fluídos", a colecção inspirada num dos refrões de Led Zeppelin – Whole Lotta Love – fechou o primeiro dia de apresentações da Moda Lisboa.