Este ano foi o pior na última década com mais área ardida

Relatório do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas revela que a área ardida nos primeiros nove meses do ano correspondeu a 215 mil hectares, mais 60 mil que no ano anterior, e a pior da última década.

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O Incêndio de Junho em Pedrógão Grande fez 64 vítimas mortais Adriano Miranda

O equivalente a 215 mil campos de futebol. Esta é uma das comparações possíveis que ajudam a melhor perceber a dimensão da área ardida em Portugal nos primeiros nove meses de 2017. O último relatório do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) relativo a incêndios florestais ainda é provisório mas já é suficiente para mostrar que o ano de 2017 foi o pior dos últimos dez anos: apesar de ter menos 10% das ocorrências face à média da década, a área ardida cresceu 147%.

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O equivalente a 215 mil campos de futebol. Esta é uma das comparações possíveis que ajudam a melhor perceber a dimensão da área ardida em Portugal nos primeiros nove meses de 2017. O último relatório do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) relativo a incêndios florestais ainda é provisório mas já é suficiente para mostrar que o ano de 2017 foi o pior dos últimos dez anos: apesar de ter menos 10% das ocorrências face à média da década, a área ardida cresceu 147%.

De acordo com o relatório, a base de dados nacional de incêndios florestais registou mais de 14 mil ocorrências, entre elas quase três mil incêndios florestais (os restantes são registados como fogachos) que resultaram em 215.988 hectares de área ardida de espaços florestais. Isto apenas no espaço entre 1 de Janeiro e 30 de Setembro de 2017.

“O ano de 2017 apresenta, até ao dia 30 de Setembro, o 5.º valor mais baixo em número de ocorrências e o valor mais elevado de área ardida, desde 2007”, lê-se no relatório. Em termos homólogos, nos primeiros nove meses de 2017 arderam mais 60 mil hectares do que no mesmo período do ano anterior.

O incêndio que provocou maior área ardida no distrito de Castelo Branco teve a sua origem na freguesia de Várzea dos Cavaleiros, concelho da Sertã, e consumiu 29.758 hectares de espaços florestais (76% do total ardido no distrito). O segundo que provocou maior área, com 27.364 hectares – mas que está ainda por validar, segundo o ICNF – foi o fatídico incêndio de Pedrogão Grande, no distrito de Leiria, onde morreram 64 pessoas.

Aumentar

De acordo com o relatório foram registados 145 ocorrências contabilizadas na categoria de grandes incêndios, isto é, sempre que a área total afectada seja igual ou superior a 100 hectares. Estes 145 grandes incêndios queimaram 192.652 mil hectares, isto é, cerca de 89% do total da área ardida.

Os distritos do Porto, Braga e Viseu são aqueles em que se registaram maior número de ocorrências, maioritariamente fogachos, isto é, “ocorrências de reduzida dimensão que não ultrapassam um hectare de área ardida”, explica o ICNF. O distrito do Porto tem mais de o dobro de ocorrências do que o distrito de Braga, por exemplo (3462 contra 1468, respectivamente), mas a percentagem de fogachos neste distrito é de 89%.

Uma análise ao distrito afectado procurando como indicador a maior área ardida e encontramos Castelo Branco com 38.962 hectares, cerca de 18% da área total ardida em todo o país, seguido de Santarém com 34.705 hectares (16% do total) e de Coimbra com 25.526 hectares (12% do total).