PCP sublinha divergências quanto à leitura feita pelo Presidente da República
João Oliveira não entende que "as imposições da União Europeia sejam uma virtude para o país", antes diz serem "um fardo". E defendeu uma solução para o problema de colocação que motivou o protesto de professores nas comemorações da Implantação da República.
O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, assumiu divergências dos comunistas face a “muitos pontos” do discurso do Presidente da República no 5 de Outubro, insistindo que é preciso "assumir os défices estruturais" e uma política alternativa.
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O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, assumiu divergências dos comunistas face a “muitos pontos” do discurso do Presidente da República no 5 de Outubro, insistindo que é preciso "assumir os défices estruturais" e uma política alternativa.
"Foi um discurso que coloca em cima da mesa a apreciação que o senhor Presidente da República faz sobre a situação política nacional, sobre a situação internacional, naturalmente, em muitos pontos diferente e divergente daquela que faz o PCP", afirmou João Oliveira, após a cerimónia das comemorações na Praça do Município, em Lisboa.
O líder da bancada do PCP defendeu ainda que "tem de ser encontrada uma solução" que garanta a vinculação dos professores que se manifestaram no local da cerimónia de comemoração da implantação da República.
"Já tivemos ocasião de receber o conjunto de professores que está hoje aqui a manifestar-se, já tomamos contacto com essas reivindicações, muitas delas justíssimas reivindicações, há mais de dez anos que estes problemas se verificam", declarou.
Acerca do discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, João Oliveira reiterou que o PCP não entende que "as imposições da União Europeia sejam uma virtude para o país, são um fardo" ou que "a dívida pública seja alguma coisa que está a caminho de se resolver".
"É preciso uma política que vá mais fundo, aos problemas estruturais que o país enfrenta, que rompa com esses constrangimentos. Entendemos que é preciso assumir os défices estruturais que temos, no plano produtivo, no plano energético, científico, alimentar, e também demográfico, tomar as medidas com uma política alternativa que os permitam ultrapassar", concluiu.