AICEP alarga rede de angariadores de investimento estrangeiro
Plano estratégico até 2019 prevê a introdução de um scout no Brasil e reforço nos EUA e na Europa.
A AICEP quer reforçar a sua rede externa até 2019, plano que inclui ter mais especialistas em angariação de investimento (apelidados de FDI Scouts). De acordo com o presidente da agência estatal, Luís Castro Henriques, que apresentou aos jornalistas o plano estratégico até 2019, a ideia passa por introduzir um scout no Brasil, e ter mais um elemento no mercado europeu e outro nos Estados Unidos (seja pela dimensão como país, seja pela dimensão como mercado investidor).
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A AICEP quer reforçar a sua rede externa até 2019, plano que inclui ter mais especialistas em angariação de investimento (apelidados de FDI Scouts). De acordo com o presidente da agência estatal, Luís Castro Henriques, que apresentou aos jornalistas o plano estratégico até 2019, a ideia passa por introduzir um scout no Brasil, e ter mais um elemento no mercado europeu e outro nos Estados Unidos (seja pela dimensão como país, seja pela dimensão como mercado investidor).
Estes responsáveis estão totalmente dedicados à angariação de investimentos, ao contrário dos outros técnicos da AICEP, ligados ao apoio aos clientes. Actualmente, a rede dos scouts, criada pelo anterior presidente, Miguel Frasquilho (que saiu no início do ano e de cuja administração fazia parte Luís Castro Henriques), conta com seis elementos. Estes estão presentes nos EUA (olhando também para o Canadá), Europa (duas pessoas), China e Japão/Coreia do Sul.
Ao mesmo tempo, a AICEP, que está prestes a abrir o seu novo escritório em Cuba, seguindo-se depois a Tailândia, vai passar a ter “presença permanente” na Irlanda e um “outro ponto de rede” na China. Além de Pequim, Xangai e Macau, a AICEP vai acompanhar a abertura do novo consulado em Cantão.
Feito o balanço, Castro Henriques diz que a entidade estatal que lidera, ligada às exportações e à captação de investimentos, está “onde deve estar” e que as alterações a fazer “são cirúrgicas”. A ideia, refere, é “ priorizar mercados onde podemos ter mais impacto”, seja por ganho de quota de mercado ou pela exploração de novos segmentos, com potencial para fazer crescer as vendas.
Neste caso, há dois grandes blocos: o dos mercados “para garantir a diversificação”, formado por trinta e três países (desde à Índia ao Qatar, passando pela Roménia), e o dos “mercados core”. Este último, formado por 17 países, tem em conta o potencial de exportações mas também o de investimentos, pelo que engloba casos como o Japão, Suécia, Marrocos e Rússia, para além de clássicos como Espanha e Angola.
O objectivo, esse, é “manter a dinâmica de crescimento das exportações e do investimento”. No primeiro caso, a subida das exportações coloca o peso económico em 40% do PIB, com o objectivo de chegar aos 50% entre 2020-25. No segundo caso, o número de referência foi a média de mil milhões de euros de “investimento angariado e apoiado” nos últimos três anos (no âmbito do QREN e PT2020).
Os fluxos de capital aplicados no país são equilibrados em termos de origem nacional e estrangeira, com maior pendor dos reinvestimentos (cerca de 80% do total nos últimos três anos).
A recente revisão em alta por parte da Standard & Poor’s, que passou a incluir Portugal no grau de investimento, veio, diz Castro Henriques, “aumentar a notoriedade do país como destino de negócios”. Algo que, acrescenta, será mais visível no ano que vem.
Para o presidente da AICEP, há um enorme potencial em segmentos de PME e a agência não está a conseguir chegar a muitas delas (mais concretamente, cerca de dez mil), algo que deve ser contrariado. Uma das tácticas passa por criar um canal de atendimento digital, “com o máximo de informação e serviço aos clientes”. Com um investimento estimado em cerca de um milhão de euros, este processo de “transformação digital da AICEP” vai incluir “a disponibilização de novos serviços e novas plataformas para as exportações e investimento”.