Mais um deputado sai da AfD

Mario Mieruch é tido como próximo da antiga co-líder Frauke Petry, a primeira a sair.

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Frauke Petry a deixar a conferência de imprensa do partido após anunciar a sua saída WOLFGANG RATTAY/Reuters

O grupo parlamentar da Alternativa para a Alemanha (AfD) registou nesta quarta-feira a sua segunda saída. Mario Mieruch, até agora porta-voz do partido de extrema-direita na Renânia do Norte-Vestefália, anunciou que não fará parte do grupo parlamentar do partido, que elegeu 94 deputados num Parlamento de 709 lugares, com 12,5% dos votos.

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O grupo parlamentar da Alternativa para a Alemanha (AfD) registou nesta quarta-feira a sua segunda saída. Mario Mieruch, até agora porta-voz do partido de extrema-direita na Renânia do Norte-Vestefália, anunciou que não fará parte do grupo parlamentar do partido, que elegeu 94 deputados num Parlamento de 709 lugares, com 12,5% dos votos.

Espera-se que Mario Mieruch trabalhe de algum modo com Frauke Petry, que na segunda-feira logo a seguir às eleições de 24 de Setembro anunciou que seria deputada independente. Mieruch, diz a revista Der Spiegel, é considerado próximo de Petry. O grupo parlamentar da AfD está assim actualmente com 92 deputados.

Petry, que em 2016 defendeu que as forças de segurança alemãs deveriam poder disparar contra refugiados que tentassem atravessar a fronteira, distanciou-se mais recentemente de posições de elementos ainda mais radicais do partido, especialmente em relação ao passado nazi da Alemanha.

A antiga empresária de Dresden foi quem levou a AfD de um partido anti-programas de resgate do euro, em 2013, para uma força claramente anti-imigração e racista, derrotando o fundador Bernd Lucke. 

Petry confirmou ao jornal Welt am Sonntag que planeia formar o seu próprio grupo parlamentar e mais tarde um novo partido. Quando saiu, Petry disse querer fazer política “conservadora”, na entrevista falou do objectivo de promover “políticas práticas com clara orientação de mercado”, para as quais a margem é “muito maior fora da AfD”.

A AfD ganhou tempo de antena com afirmações controversas como a de um dos cabeças de lista, Alexander Gauland, que afirmou que os alemães deveriam poder estar orgulhosos das acções dos seus soldados nas duas guerras mundiais. É uma estratégia de provocação que resultou no domínio de ciclos noticiosos e garantiu muita atenção ao partido.

Cerca de 55% dos eleitores da AfD acham, no entanto, que o partido não se distancia suficientemente de afirmações de extrema-direita/nazis. Muito do voto é explicado por protesto, não de pessoas em situação precária mas com medo - medo de perderem a sua posição na sociedade, de o país perder o controlo, de ficar menos seguro, da perda de uma identidade. Tudo factores pelos quais culpam imigração e refugiados.

Petry foi entretanto acusada formalmente de perjúrio, por declarações falsas dadas a uma comissão do parlamento regional do estado federado da Saxónia em relação a candidatos e financiamento da AfD após as eleições no estado em 2014.