Este país autárquico continua a não ser para mulheres
Apenas 32 dos 308 presidentes de câmara eleitos no domingo são mulheres.
A lei da paridade já chegou às listas, mas não chegou aos resultados eleitorais. Os homens continuam a ter a esmagadora maioria das presidências de câmara (276), tendo sido eleitas este domingo apenas 32 mulheres como autarcas. Os dados até já foram piores e têm vindo a melhorar. Em 2013 eram apenas 23.
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A lei da paridade já chegou às listas, mas não chegou aos resultados eleitorais. Os homens continuam a ter a esmagadora maioria das presidências de câmara (276), tendo sido eleitas este domingo apenas 32 mulheres como autarcas. Os dados até já foram piores e têm vindo a melhorar. Em 2013 eram apenas 23.
Para este aumento, contribuiu sobretudo o aumento de autarcas socialistas mulheres. Na noite eleitoral, houve 19 candidatas do PS a cantar vitória, sete do PSD (ou PSD/CDS), três da CDU e três eleitas por grupos de cidadãos.
No campo socialista, oito delas protagonizaram reviravoltas eleitorais que não eram esperadas. Aliás, o resultado eleitoral mais surpreendente da noite foi mesmo o de Inês de Medeiros (candidata pelo PS), que roubou a presidência da Câmara de Almada ao PCP. Mais a norte, em Matosinhos, Luísa Salgueiro foi protagonista de uma guerra acesa entre socialistas. Foi a candidata oficial do partido que venceu dois ex-militantes do PS que concorriam como independentes, António Parada e Narciso Miranda.
Já o PSD elegeu quatro novas presidentes e reconduziu três. Há apenas uma única mulher cabeça de lista que conseguiu roubar a câmara a outro partido. Trata-se de Alda Correia, em Castanheira de Pêra, que substitui o dinossauro do PS Fernando Lopes.
No PCP, das seis mulheres eleitas para presidências de câmara em 2013, só três conseguiram a reeleição. Duas já tinham saído e a terceria, Mariana Chilra, no Alandroal, foi uma das derrotadas da noite, perdendo para o candidato socialista João Grilo.